Entre os dias 8 e 15 de setembro, cinco escolas públicas do Distrito Federal receberão a programação do projeto “Vivo o Cerrado Vivo”, uma iniciativa que une cultura popular e educação socioambiental para marcar o Dia Nacional do Cerrado (11 de setembro).
A proposta leva para o ambiente escolar apresentações dos grupos culturais Caco de Cuia e Mamulengo Fuzuê, que misturam teatro, música e brincadeiras populares com reflexões sobre a preservação do bioma. A mediação pedagógica será conduzida pela educadora e socioambientalista Iolanda Rocha, com recursos de Libras e audiodescrição, garantindo acessibilidade ao público.
Cultura e consciência ambiental no currículo escolar
Inspirado na Lei Distrital nº 7.053/2022, que institui oficialmente a Semana do Cerrado no calendário letivo da rede pública do DF, o projeto busca sensibilizar as novas gerações sobre a importância do bioma Cerrado, por meio de uma abordagem lúdica e afetiva.
A circulação começa no dia 8 de setembro, no CEF 801 do Recanto das Emas, e segue para o CED 1 do Riacho Fundo II, EC Vila Buritis de Água Quente, CED Agrourbano Ipê, finalizando no Riacho Fundo I. As escolas atendidas incluem turmas do ensino fundamental e médio.
“Queremos mostrar que educação ambiental pode ser divertida, afetiva e conectada à cultura popular. O Cerrado precisa ser vivido, conhecido e valorizado desde a escola”, afirma Iolanda Rocha, idealizadora do projeto e coordenadora da discussão que originou a Lei da Semana do Cerrado.

Cerrado: berço das águas e bioma em risco
Com a maior biodiversidade entre as savanas do planeta, o Cerrado abriga nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras. Apesar de sua importância ecológica, é apontado como o bioma mais ameaçado do país, principalmente devido à expansão do agronegócio, à monocultura e ao uso predatório do solo e da água.
A urgência em preservar o Cerrado exige ações integradas, e a educação surge como ferramenta fundamental nesse processo. É nesse contexto que o projeto “Vivo o Cerrado Vivo” busca atuar, plantando sementes de consciência ambiental a partir do cotidiano escolar.
Grupos culturais participantes
Caco de Cuia – Criado em 2005, o grupo desenvolve um trabalho voltado para os ritmos e tradições da cultura nordestina. O repertório inclui baião, forró, xaxado e xote, em apresentações que celebram a musicalidade de mestres como Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Mamulengo Fuzuê – Reconhecido como um dos principais nomes da nova geração do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, o grupo surgiu em 2007 no Ponto de Cultura Invenção Brasileira (Taguatinga-DF). Com sete espetáculos autorais e passagens por festivais nacionais e internacionais, mistura teatro, música e crítica social com humor e encantamento.

Sobre Iolanda Rocha
Pedagoga da rede pública do DF, Iolanda Rocha é especialista em Educação do Campo e mestranda em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela UnB. Também integra o Conselho Gestor da Revista Xapuri Socioambiental. Foi responsável pela articulação da Lei da Semana do Cerrado, aprovada em 2022.