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Molecada

Obesidade infantil: famílias enfrentam o desafio com a rede pública de saúde

Atendimento multidisciplinar ajuda crianças e adolescentes a mudarem hábitos e evitarem complicações graves

Redação Jornal de Brasília

13/06/2025 8h56

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Foto: Divulgação

Aos 7 anos, Miguel já carregava um fardo que vai além do peso: exames clínicos mostravam risco elevado de desenvolver diabetes. Preocupada com a saúde do filho, a família procurou ajuda na rede pública do Distrito Federal. Hoje, aos 9, Miguel tem mais disposição, uma rotina de alimentação equilibrada e menos risco de complicações.

A transformação começou no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), com um acompanhamento hormonal, e ganhou força com o tratamento no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh).

“A gente reorganizou a alimentação em casa, introduziu atividades físicas e, com o apoio da equipe, conseguimos evitar que ele precisasse de medicação. A glicemia dele caiu bastante e o risco de diabetes diminuiu. Foi uma transformação que envolveu toda a família”, conta Valdizia Apolinário, mãe do garoto.

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Foto: Divulgação

Problema cresce no DF

No Distrito Federal, uma em cada dez crianças está acima do peso, segundo o mais recente Boletim de Vigilância Alimentar e Nutricional, elaborado com dados do Sisvan, do Ministério da Saúde. O cenário preocupa profissionais da saúde e reforça a importância do Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil, celebrado em 3 de junho.

A obesidade infantil é considerada uma doença crônica e multifatorial. “Ainda é pouco reconhecida pelas famílias como uma condição séria. Muitos pacientes já chegam ao Cedoh com comorbidades, como diabetes e hipertensão”, explica a nutricionista Camila Pessoa, integrante da equipe do centro.

Muito além da estética

Segundo os especialistas, o excesso de peso na infância pode desencadear mais de 200 doenças, entre elas, problemas cardíacos e distúrbios osteomusculares. “Essas complicações surgem cada vez mais cedo, o que torna o tratamento ainda mais complexo. Por isso, a prevenção é fundamental”, alerta Camila.

Mas os impactos não se limitam ao físico. Crianças com obesidade frequentemente enfrentam bullying, discriminação e baixa autoestima. “O preconceito com a aparência e o estigma de ser preguiçoso podem levar à compulsão alimentar, ansiedade e depressão. O acompanhamento psicológico é essencial para romper esse ciclo”, explica a psicóloga do Cedoh, Caroline Yonaha.

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Foto: Divulgação

Atenção especializada e humanizada

Com atendimento a pacientes de todas as Regiões de Saúde do DF, o Cedoh reúne uma equipe multidisciplinar composta por endocrinopediatras, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais. As crianças participam de oficinas educativas sobre alimentação, prática de exercícios, rotina familiar e saúde emocional.

“O que me encantou foi a forma como eles falam diretamente com as crianças. É um trabalho sensível e muito próximo. Um verdadeiro achado na nossa rede”, elogia Valdizia.

Na rede pública, ao serem identificados com obesidade em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), a criança ou o adolescente são inseridos no Sistema de Regulação para que recebam o adequado encaminhamento.

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