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Moda e Beleza

Uma semana de clássicos revisitados nas passarelas parisienses

Os modelos desfilam com botas de cano alto confeccionadas em tecidos tecnológicos, modernas gladiadoras bordadas e solados finos

Redação Jornal de Brasília

01/10/2024 15h16

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Foto: AFP

Dos calções bloomer, criadas na era vitoriana, à ascensão dos ternos para “executivas empoderadas”, a Semana de Moda Feminina de Paris apresentada como coleções do próximo verão, uma tendência declarada às peças emancipatórias.

Romantismo em parkas

A Semana de Moda reivindicou uma imagem romântica, mas sem fragilidade. Blusas fluidas, anáguas esvoaçantes e estampas florais mergulham nas fashionistas em um clima romântico de boudoir, os quartos de vestir das mulheres da aristocracia francesa.

Na Loewe, os vestidos esvoaçantes com estampas florais revelam crinolinas, armações para criar volume sob as saias, combinados com tênis de boxe de cano alto.

“Já vimos vestidos de noite e parkas, sexys e muito práticos, como gostamos de nos vestir neste momento”, explica Claire Thomson-Jonville, colaboradora global das revistas Vogue.

Vivienne Westwood, em plena transição após a morte de seu fundador, propôs um guarda-roupa clássico e sexy, quase sem toques punk, mas com detalhes poderosos, como sobreposições e decotes pronunciados.

A marca australiana Zimmermann também brinca com materiais fluidos e uma paleta suave, contrastando com jaquetas quase militares.

Sapatos baixos

Uma revolução obviamente porque muda o visual dos modelos que desfilam nesta temporada: os saltos altos foram subitamente substituídos por uma procissão de flats.

Na Dior, a diretora artística e feminista Maria Grazia Chiuri praticamente baniu os saltos. Os modelos desfilam com botas de cano alto confeccionadas em tecidos tecnológicos, modernas gladiadoras bordadas e solados finos.

Na Acne Studios, tailleurs elegantes com saias drapeadas são combinadas a sapatos que imitam pantufas. A forma como você anda muda imediatamente, fica mais lenta, mas também mais acessível.

A uruguaia Gabriela Hearst também combina vestidos longos com botas tipo boxer.

Gravadas

“Na YSL, Loewe, Victoria Beckham, Christophe Lemaire, o tema do empoderamento destaca a necessidade de uma energia feminina muito forte neste momento”, analisa Claire Thomson-Jonville.

Na Saint Laurent, Anthony Vaccarello recorre a uma comovente nostalgia e explora o guarda-roupa do fundador da casa para vestir as mulheres com um look “Yves”.

Cinquenta e oito anos após apresentar o primeiro “smoking feminino”, o belga se investiu em seus drapeados em lã, trajes masculinos oversized, com ombros marcados, que juntamente com os óculos icônicos quadrados de seu fundador, criam uma aparência andrógina impressionante.

Na Victoria Beckham, os ternos femininos são mais ajustados, com aberturas nos ombros e pernas, e parecem expressar revolta e apropriação desse clássico masculino.

Na Stella McCartney, as silhuetas dos ternos são adornadas com joias que acrescentam uma sensação de vertigem sensual.

Cálculos vitorianos

Regressiva e provocante ao mesmo tempo, a calcinha volumosa, ou mais precisamente a “bloomer”, ressurge para o próximo verão.

É uma vestimenta da era vitoriana, destacada por Libby Miller em 1851 para permitir às mulheres a prática do ciclismo.

Considerada “feminista”, é usada, por exemplo, com uma jaqueta ou camisa masculina para uma combinação ousada e eficaz.

Chloé valoriza essa peça inesperada, mas em versão curta e rendada, muito sexy.

Agence France-Presse

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