Depois de casos como o do argentino Carlos Berlocq na edição de 2006 de Wimbledon e da recente investigação em torno da derrota do russo Nikolay Davydenko no torneio de Sopot, mais uma vez o mundo tênis se vê envolvido em denúncias referentes a uma suposta máfia de apostas na modalidade.
Desta vez, quem pede a palavra é o norte-americano Bob Bryan. De acordo com o melhor duplista do mundo na atualidade, os atletas da ATP vêm sendo alvos freqüentes de investidas anônimas por telefone, para que acertem previamente o resultado de determinadas partidas.
A acusação do irmão gêmeo de Mike Bryan foi publicada nesta quarta-feira no jornal Los Angeles Times e engrossa a lista de futuras investigações da ATP. Desde a última semana, a entidade que rege o tênis masculino mundial já analisa a derrota do russo Nikolay Davydenko para o argentino Martin Vassalo Arguello nas oitavas-de-final do torneio de Sopot, na Polônia.
De acordo com o site britânico de apostas BetFair.com, mais de US$ 7 milhões (ou R$ 13,2 milhões) foram apostados em uma vitória de Arguello após a vitória de Davydenko no primeiro set do confronto entre os dois. Atual número cinco do mundo, o russo perdeu o set e abandonou a partida contra o 82 do ranking na terceira parcial, alegando uma lesão no pé direito.
“Não sei sobre qualquer um dos jogadores que já tenham participado de apostas no tênis. Mas têm acontecido mesmo algumas ligações anônimas aos quartos de hotéis em torneios, com ofertas financeiras”, afirma Bob Bryan no artigo. “Sei disso. E sei que todos os jogadores com os quais tenho conversado recusaram a oferta.”
Membro do conselho de jogadores da ATP, o norte-americano lamentou ainda o que chamou de “incidentes isolados” que aconteceram em competições anteriores, embora não tenha mencionado nomes de jogadores. O jornal ainda publicou a resposta de um e-mail enviado a Etienne de Villier, presidente da Associação de Tenistas Profissionais, alertando o dirigente sobre a perigosa possibilidade de um escândalo de apostas.
“Seremos claros quanto a isso. A entidade e eu temos o compromisso de fazermos todo o possível para assegurar que temos um esporte limpo”, respondeu De Villiers. “As regras permitem que imponhamos aos jogadores uma suspensão vitalícia, e nós teremos uma política de tolerância zero contra qualquer um que quebre nossas regras. Vimos como questões assim diminuem a confiança da torcida em outros esportes, e não vamos permitir que isso aconteça no tênis”, completou.
