Maria Sharapova já havia escapado de um sufoco na abertura de Wimbledon contra a ucraniana Viktoriya Kutuzova e não resistiu quando realizou sua segunda má exibição consecutiva. Nesta quarta-feira, nem o fato de encarar uma tenista especializada em saibro ajudou a antiga número um do mundo, que caiu em jogo de altos e baixos vencido pela argentina Gisela Dulko com 6/2, 3/6 e 6/4.
Recuperada há apenas 40 dias de uma cirurgia no ombro que a deixou afastada das quadras por dez meses, Sharapova até mostrara bom nível de jogo em Roland Garros, no qual chegou às oitavas de final, e na grama do WTA de Birmingham, onde parou somente nas semis. No Aberto da Inglaterra, contudo, ela deu indícios de que ainda precisa melhorar muito já na última segunda, quando salvou um set-point antes de fazer 2 a 0 sobre Kutuzova, e principalmente nesta manhã.
Dominante durante a maior parte do encontro, Dulko abusou de jogadas de efeito, tirando a siberiana de sua zona de conforto com várias deixadinhas e obrigando-a a volear. O frágil serviço, porém, quase complicou o sonho da argentina, que chegou a abrir 3/1 no segundo set antes de sofrer sete games seguidos – as quebras vieram muito em função das cinco duplas-faltas cometidas e do aproveitamento de 57% de primeiro saque colecionado.
Após superar o mau momento e conseguir impor sua agressividade, Sharapova chegou como favorita à terceira parcial, porém desperdiçou um break point no segundo game que acabou lhe custando caro. Quebrada por três vezes seguidas na sequência, ela ainda conseguiu dar o troco em duas ocasiões, mas nada pôde fazer quando a sul-americana abriu 5/3, serviu em 5/4 e fechou após perder quatro match-points de forma dramática.
Eliminada surpreendentemente, a antiga líder do ranking feminino repete o pior resultado da carreira em Wimbledon: já havia sido eliminada no segundo desafio em 2008, quando estava prestes a realizar a cirurgia no ombro. Campeã do evento em 2004 e semifinalista em 2005 e 2006, ela desperdiçou uma grande oportunidade de melhorar sua atual 60ª posição na lista.
Zebra, Dulko havia entrado em quadra com um péssimo retrospecto ante Sharapova, que só havia cedido três games nos dois encontros anteriores, ambos sobre o piso duro. Curiosamente, a argentina conquistou um dos maiores triunfos pelo circuito profissional justamente no Grand Slam em que não tem um grande histórico – na verdade ainda não tem, pois nunca passou da terceira fase. Ao abrir sua chave eliminando a 24ª pré-classificada, a atleta de 24 anos pode quebrar esse tabu caso bata outra russa, Nadia Petrova, que aplicou 6/3 e 6/2 nesta quarta sobre a israelense Shahar Peer.
Contra a número 10 do mundo, a 45 pelo menos apresenta um histórico mais favorável: após quatro confrontos já realizados, o placar aponta empate por 2 a 2, com vitória para a tenista de pior ranqueamento na grama de Hertogenbosh, há quatro temporadas.
