O ano de 2010 já começou para três tenistas do Brasil. Na manhã desta quarta-feira, Thomaz Bellucci e os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo embarcaram com destino a Brisbane, onde abrirão a próxima temporada no ATP 250 local a partir da próxima segunda.
Bellucci e Melo se encontraram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, aproximadamente às 6h30 desta quarta para pegar o avião até Santiago, onde farão ainda uma escala antes de chegar à Austrália. Isso está previsto para acontecer às 21h (locais) desta quinta.
Vindo de Belo Horizonte, Soares alcançará os compatriotas diretamente no Chile, enquanto que o treinador do paulista, João Zwetsch, acompanhou o pupilo na viagem já em São Paulo. Técnico da dupla brasileira, Daniel Melo só vai à Oceania em 8 de janeiro, quando chegará a Auckland junto a seu outro comandado, André Sá.
Companheiro fixo de Melo desde 2007, Sá anunciou a separação recentemente e só vai começar a jogar na segunda semana do circuito profissional. Esse cenário já é normal para o atleta de 32 anos, que prefere passar o reveillon em Minas Gerais já quesua filha cumpre aniversário no dia 30 de dezembro. Na Nova Zelândia, o 44º colocado do ranking de duplas estreará sua parceria com o romeno Horia Tecau, 46º.
No início da temporada, todos esses tenistas canarinhos não têm muitos pontos a defender no ranking. Bellucci, por exemplo, não colecionou vitórias em chaves principais no outro lado do mundo em janeiro passado, sendo que caiu na estreia no Aberto da Austrália. Essa situação, conforme admitiu à GE.Net, ajuda a aliviar a “pressão”, pois ele tem uma boa oportunidade de melhorar sua atual 36ª posição na lista de entradas.
“Nas três primeiras semanas só tenho a somar. Acho isso bom, posso jogar um pouco mais solto e arriscar um pouco mais”, comentou o número um do Brasil, que no próximo mês só precisa repetir dez pontos na ATP. Caso chegue às semifinais em Brisbane, onde será o cabeça-de-chave número oito, ele pode angariar uma vaga entre os 32 principais favoritos ainda do Grand Slam, mas assegura que essa não é sua prioridade.
Assim, o foco de Bellucci é mesmo buscar ritmo de jogo nessas duas competições, preparatórias para o Aberto da Austrália. Em 2008, o então 87 do mundo não furou o qualificatório em ambas, porém um ano depois se considera um jogador bastante evoluído após ter faturado seu primeiro título de grande nível, em Gstaad, e ter sido vice-campeão na Costa do Sauípe.
“Mudei bastante. Principalmente na quadra rápida tive uma evolução bem grande. Fiz um trabalho bem focado e estou muito mais bem preparado para esses torneios. Ano passado não joguei tão bem, comecei um pouco devagar e agora estou mais confiante também”, emendou ele, que em outubro provou o potencial também na superfície dura ao chegar à semifinal do ATP 250 de Estocolmo.
Igual a Bellucci, Marcelo Melo e Bruno Soares estiveram longe de se destacar no primeiro mês da última temporada. Então separados, eles somaram apenas duas vitórias quando atuaram em Brisbane, Auckland e Melbourne. Conhecidos ao menos desde 1994, eles iniciarão a nova dupla já com confiança em conseguir um bom resultado na estreia oficial.
“Acho que temos boas chances”, aponta Melo, que deve formar a terceira parceria pré-classificada no ATP australiano. “A gente está jogando bem, fazendo bons treinos. O principal vai ser o ritmo. Quando chegar lá vamos procurar jogar o máximo possível. Depende também de uma boa chave, pegar jogo duro no início é complicado”.
Em 2009, Soares atuava ao lado do zimbabuano Kevin Ullyett, que se aposentou aos 37 anos apresentando um currículo de 34 troféus conquistados. Em maio, o mineiro chegou a ser o 14º melhor duplista do mundo, terceiro melhor posicionamento de um brasileiro na história do ranking da modalidade, atrás apenas de Cássio Motta (quarto em 1983) e Carlos Kirmayr (sexto em 1983).