O norte-americano Andy Roddick coroou sua grande ascensão nos últimos meses com a classificação para a final do Aberto dos EUA. Neste sábado, na segunda semifinal do dia, ele saiu atrás, mas abusou dos potentes saques para minar a resistência do russo Mikhail Youzhny e fechar por 3 sets a 1, com parciais de 6/7 (5-7), 6/0, 7/6 (7-3) e 6/3, em duas horas e 46 minutos.
Roddick chega à 12ª vitória consecutiva no piso sintético, comprovando a melhora desde que passou a treinar com Jimmy Connors. Ele foi campeão do Masters Series de Cincinnati, há três semanas, e encerrou jejum de títulos de mais de ano, que já incomodava o ex-número um do mundo.
Agora, busca seu segundo título do torneio, já que conquistou a taça em 2003, em final contra o então líder do ranking Juan Carlos Ferrero. Naquela ocasião, o tenista fez campanha impressionante e faturou os dois Masters Series, além do Grand Slam. A seqüência o impulsionou rumo ao título da temporada, conquistado mais tarde no Masters de Houston.
Mas para levantar a taça e corar a volta por cima, Roddick terá que derrubar enorme tabu contra seu próximo adversário, o suíço Roger Federer. Ele nunca venceu uma final contra o número um do mundo em cinco oportunidades e ainda acumula retrospecto negativo de dez derrotas em 11 partidas disputadas até hoje.
Os dois já estiveram por duas vezes em duelos decisivos de Grand Slam. Ambas as partidas aconteceram em Wimbledon, em 2004 e 2005, e nas oportunidades Federer soube administrar de forma brilhante o saque do rival, com devoluções precisas. As vitórias vieram por 3 sets a 1 e por 3 sets a 0, respectivamente.
Mas ao contrário das outras vezes, Roddick terá pelo menos o enorme apoio da torcida, que tem sempre lotado o enorme Arthur Ashe Stadium durante as últimas semanas. A maior prova veio nas quartas-de-final, quando o também norte-americano James Blake conseguiu renascer em um quarto set perdido contra Federer graças ao forte incentivo vindo das arquibancadas.
Depois de cair bastante no ranking graças à falta de bons resultados nos últimos meses, Roddick já se recupera, sai do décimo posto e garante o quinto no ranking de entradas. Ele não tem chance de chegar ao quarto, mas pode se aproximar de David Nalbandian caso vença o título.
“Rei dos aces” no Aberto dos EUA, o norte-americano encaixou mais 14 na partida deste sábado contra Youzhny e chegou a 95 em seis partidas. Ele ganhou 80% dos pontos que disputou com o primeiro serviço e foi bem mais consistente que o russo, errando apenas 18 bolas (contra 48 do rival) e garantindo bom número de bolas vencedoras: 44.
Ao contrário do compatriota Nikolay Davydenko, que na primeira semifinal levou 3 a 0 de Federer, Youzhny ainda conseguiu se impor em quadra. Ele mostrou que sua melhor campanha da carreira não veio à toa ao garantir bons duelos contra o norte-americano. Graças à semifinal no Grand Slam, sai do 54º lugar e pára próximo dos 25 primeiros do ranking.
Na campanha, Youzhny deu um show e derrotou vários cabeças-de-chave. Ele fez seqüência entre os espanhóis e não deu chances a David Ferrer, Tommy Robredo e Rafael Nadal nas quartas, impedindo que o número dois do mundo conseguisse sua terceira final de Grand Slam consecutiva.