O suíço Roger Federer conheceu nesta terça-feira a chave do Masters Series de Indian Wells, que pode lhe valer mais alguns recordes na vitoriosa carreira. Principal cabeça-de-chave da competição, Federer estréia na segunda rodada, onde mede forças contra o vencedor do duelo entre o tcheco Jan Hajek e um tenista saído do
qualifying.
O primeiro jogo, inédito no caso de confronto contra Hajek, deve ser apenas o passo inicial para o suíço conquistar mais alguns números impressionantes. A começar pelo fato de que, caso conquiste o título, será o primeiro tenista da história a faturar quatro vezes consecutivas o mesmo Masters Series – nada mal para quem diz gostar de jogar contra a história.
“Mas geralmente é a imprensa que me lembra do que eu estou fazendo. Eu só lembraria de algumas dessas marcas”, corrige o tenista. “É definitivamente muito interessante: eu não estou apenas jogando contra os outros caras. Estou jogando contra todo o jogo e contra o passado. É muito divertido. Há muito o que falar sobre isso, e eu adoro”, completa, animado.
Antes do tricampeonato de 2004 e 2006, porém, o retrospecto do tenista da Basiléia não era dos melhores em Indian Wells. Eliminado por Nicolas Kiefer na estréia de 2001, caiu frente a Thomas Enqvist nas oitavas em 2002 e foi batido por Gustavo Kuerten na segunda rodada em 2003. Apesar disso, a performance que não lhe sai da memória foi a de 99. “Eu me lembro que perdi na primeira rodada dos qualis”, relembra Federer.
Vale lembrar que, caso conquiste o tetracampeonato no Masters Series, Federer fatalmente chegaria à marca de 47 vitórias consecutivas, superando a marca de 46 conquistada pelo argentino Guillermo Vilas em 77 – até hoje, a maior da história. Além disso, ele se isolaria como o décimo tenistas com o maior número de títulos da história, superando o australiano Rod Laver (47) e ficando a um do alemão Boris Becker (49). Seria o oitavo título consecutivo do suíço, que ainda igualaria o feito conseguido por Bjorn Borg e Ivan Lendl.
Quem pode cruzar seu caminho apenas na final e atrapalhar toda uma série de feitos é um dos únicos tenistas que se mostraram capazes de derrotar Federer em 2006: o espanhol Rafael Nadal, segundo cabeça-de-chave e que leva vantagem de 6 x 3 no retrospecto entre eles. Na última temporada, eles decidiram cinco títulos, sendo que o torneio de Dubai, os Masters Series de Monte Carlo e Roma e Roland Garros ficaram nas mãos do espanhol.
Bom no saibro, o vice-líder do ranking de entradas só perdeu a decisão de Wimbledon na grama. Ele irá estrear apenas na segunda rodada de Indian Wells, disputado em quadras de piso sintético, quando enfrenta o vencedor do confronto entre o experiente Arnaud Clement e um tenista saído do quali. Em três confrontos anteriores contra o francês, Nadal levou a melhor em dois deles.
Assim como Federer e Nadal, todos os outros 30 cabeças-de-chave entram apenas na segunda rodada. Terceiro favorito, o norte-americano Andy Roddick encara o vencedor do duelo entre Feliciano López, da Espanha, e Vincent Spadea, também dos EUA. Já o russo Nikolay Davydenko, número quatro do torneio, pega quem passar do jogo entre o norte-americano Sam Querrey e o belga Christophe Rochus.
A chave prevê confrontos complicados já a partir da terceira rodada, quando o escocês Andy Murray deve enfrentar o russo Marat Safin – quem passar pode pegar o próprio Davydenko na seqüência. Também nas oitavas-de-final, o chileno Fernando González poderá reeditar as semifinais do Aberto da Austrália contra o alemão Tommy Haas. Além disso, Novak Djokovic está no caminho de James Blake, assim como Thomas Berdych está no de Marcos Baghdatis.