A indecisão da Argentina sobre qual piso vai escolher para enfrentar a Espanha na Copa Davis está causando polêmica no país. Enquanto uns defendem que a única chance é evitar um confronto contra Rafael Nadal no saibro, outros acreditam que os sul-americanos devem encarar o número 1 do mundo é na terra batida mesmo, um piso no qual eles não perdem em casa desde 1998.
Entre os favoráveis à segunda opção está Fernando Meligeni, tênis argentino naturalizado brasileiro e ex-número 25 do ranking mundial. Semifinalista olímpico em Atlanta-1996, ele também defende a manutenção das partidas em Buenos Aires, a despeito da vontade que parte da equipe tem em atuar em Córdoba em quadra de carpete.
“Eu iria para o saibrão, no Parque Roca, onde os caras estão ganhando tudo”, confessou “Fininho” durante o lançamento de seu livro “Aqui tem!” na noite desta terça-feira. “Tentaria ir para cima da Espanha, para ganhar os dois pontos dos jogos contra o David Ferrer e a partida de duplas”, analisou, consciente das dificuldades de derrotar Rafael Nadal.
Apesar da torcida, Meligeni acredita que a Argentina não é favorita na final, programada para 21 e 23 de novembro. “Será duríssimo e eu acho muito difícil a Argentina ganhar da Espanha mesmo jogando em casa”, acredita o ex-atleta, que torce por uma “zebra” – na história do torneio, os dois países se enfrentaram duas vezes (1926 e 2003) sempre com vitória dos europeus. “Ninguém é imbatível, muito menos em uma Copa Davis e na Argentina”, ressaltou.
Com a Argentina vencendo ou não, “Fininho” já destaca a importância desta final para o continente. “Isso tudo faz muito bem para o tênis sul-americano, pois vai abrir os olhos dos países daqui de que chegou a hora de todos trabalharem como a Argentina”, acredita Meligeni, membro da equipe brasileira em 2000, quando o time-verde-amarelo chegou às semifinais, melhor resultado da história ao lado da campanha de 1992.
