Na base da política, Meligeni preferiu não afirmar se segue como capitão. No entanto, sabe que tem a confiança tanto dos jogadores como da Confederação Brasileira de Tênis para continuar o trabalho que deu bons resultados desde o início de 2005, quando o país saiu da terceira divisão com cinco vitórias seguidas e chegou à repescagem, com chance de voltar à primeira.
“Acho que vocês (jornalistas) têm que ver com os jogadores se eu sigo ou não”, disse “Fininho”. “Enquanto tiver maioria esmagadora eu fico. Gosto muito do que eu faço, é um prazer e encaro sempre assim. Estou há dois anos e agora o trabalho tem de ser analisado por eles e pela CBT. Se acharem que está no caminho certo, ‘show’”, falou.
Meligeni ainda brincou com a situação e usou expressões do futebol para avaliar sua situação. “Graças a Deus aqui é tênis. Porque se fosse futebol, o presidente ia me ligar e dizer que meu cargo estava prestigiado. No dia seguinte eu estaria fora”, disse, provocando risos dos presentes na entrevista coletiva após a finalização do confronto em Belo Horizonte.
O capitão ainda foi perguntado sobre a possibilidade de um trabalho mais extenso no tênis, como acontece em outras modalidades. Neste caso, a idéia seria formar equipe permanente de tênis, composta pelos melhores do país, que treinariam juntos em determinados períodos do ano. Experiente e com os pés nos chão, admitiu que a possibilidade é remota pelo estilo diferente do tênis.
“Quando entramos, eu e o Mauro (Menezes, assistente-técnico) tínhamos a idéia de estar mais perto dos jogadores e até fomos para Grand Slam, torneios menores aqui, no exterior para ver como nossos jogadores estavam”, apontou. “Mas temos nossa realidade e ela não é igual à do futebol e à do vôlei. Quem dera eu tivesse o salário do Parreira e pudesse viver só disso”, brincou.
“E outra: no tênis, os jogadores têm seus técnicos e não posso simplesmente chegar e reunir todo mundo, mudar o estilo de cada. Mas posso sim ajudar quem me pedir. Foi o que aconteceu com o (Flávio) Saretta, com o Guga, com o Ricardinho (Mello). Eu não vou estruturar tudo, mas posso tentar ajudar quem quiser”, explicou.
Sobre o futuro do tênis brasileiro, tanto Meligeni quanto o capitão da Suécia, Mats Wilander, acreditam que o Brasil tem chance de voltar a ter destaque do início da década, quando a equipe chegou até mesmo a uma semifinal do Grupo Mundial. “No ano que vem vamos para o Zonal e com uma vitória de novo já estamos na repescagem. Nosso objetivo é seguir”, disse Fininho.
Wilander foi ainda mais otimista. “Se o Guga estiver presente, tudo pode mudar. É um time duro de ser batido, principalmente se joga em casa. Atualmente os confrontos estão muito equilibrados e tudo pode mudar se você joga em casa, com a torcida, escolhendo o piso”, destacou o ex-profissional, um dos maiores jogadores de tênis de todos os tempos.
Após a derrota para a Suécia, o Brasil se mantém na segunda divisão e agora volta a jogar em abril, em casa, contra o vencedor de um duelo a ser realizado em fevereiro. Nele, estarão Colômbia, Venezuela, Peru ou Canadá. Se vencer, volta a tentar vaga na elite em setembro, contra o perdedor de primeira fase da primeira divisão.