A ex-tenista Maria Esther Bueno foi escolhida para receber o Troféu Maria Lenk. A premiação será feita durante o Prêmio Brasíl Olímpico, dia 17, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O Troféu Maria Lenk foi criado em homenagem ao maior nome da natação feminina brasileira, falecida
“Esse reconhecimento é extremamente gratificante para mim exatamente por vir de uma entidade que representa todos os esportes olímpicos. Já recebi prêmios em várias partes do mundo, mas ser homenageada em meu país é uma sensação especial”, confessa a ex-atleta, que disputou 35 finais de Grand Slams. “Agradeço imensamente pela lembrança e reconhecimento. Isso mostra que meus feitos não foram esquecidos. Foi até uma surpresa para mim, já que infelizmente não participei de nenhuma edição de Jogos Olímpicos”, diz a ex-tenista. O tênis só foi incluído no programa olímpico a partir de Seul-88.
Nascida na capital paulista em 11 de outubro de 1939, Maria Esther Bueno é uma lenda do tênis mundial e um dos principais nomes da história do esporte brasileiro. Em uma época onde poucas mulheres se aventuravam no esporte, foi campeã de todos os principais torneios do tênis mundial. Sua galeria de conquistas inclui sete títulos de torneios do Grand Slam em simples, 11 em duplas femininas e um em duplas mistas.
Maria Esther deu as primeiras raquetadas aos três anos, no Clube de Regatas Tietê. Aos 18 anos, conquistou seu primeiro título internacional, o Orange Bowl, nos Estados Unidos. A partir daí, não parou mais. Por dez anos, esteve entre o primeiro e o segundo lugares no ranking mundial, sendo eleita, na temporada de 1959/60, a maior atleta feminina do mundo. “O esporte é parte fundamental da minha vida. Foi através dele que tive a chance de conhecer o mundo todo, encontrar pessoas incríveis, vencer torneios e colocar o Brasil no mapa do esporte. Desde 1957 minha vida é voltada para o esporte e com muita força de vontade fiquei cerca de dez anos no topo do tênis mundial. Até hoje tenho muito prazer em ministra clinicas e realizar exibições”, afirma.
Maria Esther foi tricampeã em Wimbledon, na Inglaterra, na categoria individual e, cinco nas duplas. Foram quatro títulos de simples no US Open e três de duplas. Ganhou ainda o torneio individual do Aberto da Itália por três vezes.
Em 1960, jogando duplas, fez história ao triunfar nos torneios do Aberto da Austrália, dos Estados Unidos, Roland Garros e Wimbledon, conquistando assim o Grand Slam daquele ano, feito jamais repetido por um atleta nacional. A brasileira foi a primeira mulher na história a se tornar campeã de duplas nos quatro torneios mais importantes do mundo em uma mesma temporada.
Nos Jogos Pan-americanos de São Paulo, em 1963, ela conquistou três medalhas, sendo duas de ouro (no torneio de simples e de duplas mistas, ao lado de Tomas Koch) e uma de prata na dupla feminina, juntamente com Maurren Schwartz. Seis anos depois, as fortes dores no braço e cotovelo fizeram com que a atleta interromper a carreira após algumas cirurgias e tentativas de volta às quadras.
Em 1977, Maria Esther Bueno anunciou a aposentadoria definitiva no palco que a consagrou: Wimbledon. No ano seguinte, teve seu nome incluído na galeria do International Tennis Hall of Fame.
O Prêmio Brasil Olímpico vai condecorar os principais nomes do esporte brasileiro em várias modalidades. A votação para a escolha do melhor atleta do ano prossegue até dia 10. Os concorrentes no masculino são o ginasta Diego Hypólito, o judoca Tiago Camilo e o nadador Thiago Pereira, e no feminino a ginasta Jade Barbosa, a jogadora de futebol Marta e a saltadora com vara Fabiana Murer. O público poderá escolher seus atletas preferidos através do site www.premiobrasilolimpico.com.br, ou com link no site do Comitê Olímpico Brasileiro (www.cob.org.br).