“Com ou sem CBT, o tênis brasileiro tem que continuar trabalhando. Sempre foi assim, e não penso que nos próximos 20 anos vá mudar. Todos sabiam que a CBT tinha dívidas. Todos sabem que, para se fazer tênis no Brasil, depende-se mais do coração do que da razão. Razão seria o dinheiro; o coração seria o ideal. E já faz tempo que o idealismo acabou para certas pessoas”, disse Larri, em entrevista ao site Tenisbrasil, nesta terça-feira.
Justamente por isso, Larri concordou com a postura de Meligeni, que admitiu ter ficado frustrado com a falta de planejamento da CBT para os próximos anos. Ele justificou que gostaria de viajar mais e que tinha esperança de realizar trabalho mais extenso, não somente de convocar e ajudar os tenistas na época dos confrontos.
“Quando uma pessoa não está satisfeita no seu ambiente de trabalho, é normal que saia. Deve pedir demissão, nada demais. O capitão é um cargo de confiança do presidente da Confederação, em comum acordo com os jogadores. Quando fui consultado pelos tenistas na época, não assumi porque a atual estrutura não me dava condições de poder desenvolver meus projetos”, confirmou Larri.
“No dia 9 de abril, devo estar lá na Áustria para ver o duelo contra a Austrália, no dia 16. O local já foi aprovado por mim – será um saibro lento – e irei para bater bola e sentir a quadra. O hotel já está até reservado. Estou interagindo com a equipe austríaca. A Davis atualmente deixou de ser meu objetivo. Hoje procuro manter meu foco em coisas concretas e não abstratas”, alfinetou.
Em outra entrevista, à Rádio Jovem Pan, Larri comentou especificamente sobre Guga e se disse animado com a recuperação principalmente física do tenista. “O que mais me deixa feliz é que ele está pronto para jogar partidas seguidas e que está se sentindo bem. Eu tenho falado pra ele usar o corpo ao máximo, soltar a mão e as coisas parecem estar melhorando”.
Sobre o futuro do ex-número um do mundo, deve decidir o que fazer nestas próximas semanas, quando treina em Camboriú, em sua academia. “A gente ainda não decidiu, mas gostaria muito que ele fosse para a Austrália se estiver se sentindo bem. Porque lá ele treinaria em alto nível, treinaria jogando, que é o que ele precisa”, afirmou.
Guga está em Santa Catarina com outros jogadores da Copa Davis, como André Sá, Ricardo Mello e Thiago Alves. Segundo o treinador, se optar por disputar torneios preparatórios para o Aberto da Austrália e também o Grand Slam, pode embarcar já no dia 26 deste mês para a Oceania.