Assim como já havia falado antes, na quadra após o duelo, o ex-número um do mundo voltou a repetir na entrevista coletiva para a imprensa que ainda não pensa em datas fixas para o retorno. O que deseja é ter a certeza de que entrará na disputa em boas condições físicas, o que não acontece há muito tempo e o que chegou a desmotivar o atleta durante o tempo em que passou na fisiotearpia.
“A vontade é a de jogar, de estar presente nos torneios. Mas tenho que respeitar os prazos. Não adianta entrar em situação difícil, com 60% do físico e lutar dentro de quadra para reverter isso. Quero jogar o quanto antes, mas tem que ser numa situação aceitável, que nem hoje (domingo)”, explicou Kuerten, que disputou sua primeira partida oficial desde fevereiro deste ano.
“Não quero entrar para queimar os neurônios, sabendo que você poderia sempre estar melhor. Isso me deixou oscilante por um tempo, me deu desespero e até perdi o prazer de jogar. Não quero entrar e perder de bobeira. Quero ter chances iguais ao meu oponente, sem tem que compensar com um pouco de garra, técnica. Isso me desgastou muito”, contou.
No jogo deste domingo, ao lado de André Sá, Guga teve uma boa atuação, sacou bem e chegou a levantar a torcida em vários momentos após boas jogadas. O catarinense concordou que teve desempenho acima do esperado, mas só lamentou a derrota para Jonas Bjorkman e Simon Aspelin, que deixou a Suécia com vantagem de 2 a 1 e próxima da classificação para o Grupo Mundial da Davis.
“Senti um pouco de falta de ritmo. A incerteza sobre minhas condições me desconcentrou um pouco e isso prejudicou um pouco o saque a partir do segundo set. Foi aí que eles viram que podiam me quebrar. Tinha que ter reagido mais cedo, mas foi uma atuação aceitável, estou contente e joguei até melhor no fim. Só que tenho que me preparar mais para voltar aos torneios e não me queimar de bobeira”, destacou.
“Só estou triste pelo resultado. Tive uma semana legal de treinos aqui, acho que me superei, evoluí bem e este sentimento de Davis é superpositivo, é o que te deixa com a pilha acesa e é ótimo para o ego. Mas queríamos ganhar, jogamos bem, mas ele foram sólidos demais, mantiveram um nível muito alto”, continuou o tricampeão de Roland Garros.
Juiz atrapalhou
Em atitude que não é comum no tênis, tanto Guga como Sá reclamaram de marcações do juiz de cadeira do confronto, o norte-americano Chris Wilson, que por duas vezes interferiu na marcação de pontos. Num deles, acusou toque de Sá na rede, o que provocou indignação do jogador. Em outro momento, acusou que o mineiro teria invadido a quadra adversária.
Os lances foram apontados pelos tenistas como cruciais para a mudança. No primeiro deles, significaria um 40/30 e acabou virando 30/40. Na seqüência, a dupla sueca quebrou novamente e disparou na frente no terceiro set. “Foram duas marcações estranhas que mudaram muito um jogo que estava parelho”, reclamou Sá, o principal envolvido.
Guga também citou o problema, mas não deixou de elogiar a atuação dos experientes rivais. “O juiz chamou bolas que não são comuns e isso deixou a gente um pouco estranho. Mas eles foram bem nos momentos cruciais, tiveram uma capacidade impressionante e estão de parabéns”, concluiu Kuerten.