Menu
Gastronomia

Guga admite: problemas físicos pesaram na decisão

Arquivo Geral

15/01/2008 0h00

O anúncio oficial de sua aposentadoria feito por Gustavo Kuerten nesta terça-feira, em São Paulo, chegou dois ou três anos antes do que ele mesmo planejava. Apesar disso, Guga garante não se sentir triste ou frustrado pela situação. “Meu limite foi em função da parte física. Tentei prorrogar ao máximo minha carreira porque tenho noção do quanto minha presença nas quadras ainda significa. Nos últimos anos estive correndo atrás de melhora física sem conseguir. Se tivesse condições de competir 100%, eu jogaria mais dois ou três anos”.

Ex-número um do mundo, Guga começou a enfrentar problemas físicos em abril de 2002, quando descobriu ter uma lesão crônica no quadril. Submetido a duas cirurgias na região, a última em 2004, o tenista catarinense nunca mais conseguiu recuperar a antiga forma e hoje ocupa a 679ª posição no ranking mundial.

“A dor me atrapalhou muito nos últimos anos”, explica, sem lamentar a reviravolta do destino. “A gente tem de lidar com a realidade, com o que tenho, tento fazer o melhor e olhar as coisas sempre pelo lado positivo. Ninguém sabe se (a vida) fosse por outro caminho o que iria acontecer e no tênis, a gente acostuma a não pensar muito em suposições. Eu vejo isso de maneira natural”.

Os rumores sobre a aposentadoria do catarinense surgiram ainda no ano passado, mas ele diz que a idéia começou a tomar mais forma em sua cabeça nos últimos três meses. “Hoje é um dia importante para definir isso porque minha vida sempre foi muito transparente e isso vai tirar aquela expectativa sobre se vou jogar mais um ano ou não”.

Primeiro brasileiro a conquistar um título de Grand Slam entre os homens com a vitória em Roland Garros em 1997, Guga possui 20 títulos individuais em seu currículo. Os mais importantes foram o tricampeonato na França (97, 2000 e 2001), os Masters de Monte Carlo (99 e 2001) e Roma (99).

“Só tive alegrias com o tênis. Vejo o quanto fui feliz. Superei minhas expectativas em todos os aspectos”, destaca ao fazer um balanço da carreira. “Não era tortura ou sacrifício jogar 5-6 horas por dia. Sou um cara agraciado por conquistar tudo isso”.

A tranqüilidade é mantida mesmo para falar sobre as frustradas tentativas de resolver o problema por via cirúrgica. “Fazer uma coisa há cinco anos com as informações de hoje seria muito fácil, mas todas minhas decisões foram tomadas com muito cuidado. Era a melhor decisão naquele momento”.

Com calendário definido para seu último ano como profissional, Guga planeja disputar seis torneios em 2008. A programação começa com o Torneio de Costa do Sauípe, em fevereiro. Em março, ele enfrenta a quadra rápida do Masters Series de Miami, retornando ao saibro em abril para o Challenger de Florianópolis e o Masters de Monte Carlo.

Em maio, as opções são os Masters de Roma ou Hamburgo, fechando o calendário em Roland Garros, no mesmo mês. Por enquanto, apenas os dois torneios no Brasil estão garantidos, dependendo sua presença nos outros de convite das organizações. “Escolhi cinco ou seis torneios nos quais sempre me senti mais à vontade”.

A caminho da aposentadoria definitiva, Guga acredita que poderá desfrutar muito mais de suas derradeiras participações em torneio. “Estou voltando a ter mais alegria”, diz, esperando um ano marcado por muitas emoções, principalmente em Roland Garros. “Este ano vai ser mais tranqüilo, vou entrar e competir, mas vai ser até mais emocionante talvez do que os que já conquistei”.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado