Enfrentar um tenista dono de um saque potente não é fácil, uma vez que a devolução fica complicada e as oportunidades de quebras de serviço tornam-se mais escassas. Superar um adversário alto, que possui mais capacidade para encaixar bolas bem anguladas, é outra tarefa difícil.
E quanto a encarar um dos atletas mais altos do circuito profissional, com um dos saques mais potentes, e que ainda por cima vive um bom momento na carreira? A prova de que a vitória é complicada foi mostrada nesta quarta-feira por ninguém menos do que o atual número um do mundo Roger Federer, que suou para bater o croata Ivo Karlovic na segunda rodada do Masters Series de Paris.
Principal favorito ao troféu francês, Federer fez seu segundo duelo com Karlovic em um intervalo de quatro dias e, assim como aconteceu nas semifinais do Torneio da Basiléia no sábado, teve muitas dificuldades para superar o gigante balcânico, de 2,08m de altura e dono de um saque que já chegou a 244,8 km/h. O triunfo por 2 sets a 1, com parciais de 6/3, 4/6 e 6/3, veio apenas depois de 1h44 de atuação e de 16 aces do croata contra seis do suíço.
Quatro dias atrás, vale lembrar, o atual líder do ranking de entradas da ATP bateu o croata por 2 sets a 0, mas com apertadíssimas parciais de 7/6 (8-6) e 7/6 (7-5), com direito novamente a mais 16 pontos de saque de Karlovic, atualmente na 24ª colocação da lista mundial.
Apesar das dificuldades, Federer manteve o bom retrospecto sobre o croata. O embate realizado nesta quarta em Paris foi o quinto entre os dois tenistas e marcou a quinta vitória do suíço. Três deles, aliás, foram conquistados nesta temporada, enquanto os demais vieram em 2004.
O adversário do número um do mundo nas oitavas-de-final do Masters parisiense já está definido. Federer encarará o argentino David Nalbandián, que também nesta quarta passou pelo veterano espanhol Carlos Moyá, 14º pré-classificado, por 2 sets a 0, com um duplo 6/4.
Nalbandián, aliás, acabou com as já remotas chances de Moyá se classificar para a Masters Cup de Xangai (o espanhol aparece atualmente na 14ª colocação da Corrida dos Campeões com 316 pontos, 13 a menos do que o alemão Tommy Haas, oitavo, que hoje ficaria com a última vaga disponível para o evento chinês).
O duelo entre Federer e Nalbandián ainda terá o status de revanche. Isso porque os dois se enfrentaram há duas semanas, no Masters Series de Madri, e o argentino derrotou o suíço de virada por 2 sets a 1, com parciais de 1/6, 6/3 e 6/3, e levantou o caneco espanhol.
Desta vez em Paris, o embate entre sul-americano e europeu será o 16º no circuito profissional. Apesar de ter levado a pior em Madri, Federer venceu o argentino em oito oportunidades e perdeu sete.