A relação tumultuada entre Jelena Dokic e seu pai, Damir, já era conhecida de longa data no mundo do tênis profissional, mas uma informação bombástica aumentou ainda mais a polêmica. Nesta segunda-feira, a australiana revelou que fugiu de casa há nove anos para fugir do abusos físicos que eram cometidos pelo pai.
Antigo boxeador e motorista de táxis em Belgrado, Damir Dokic é marcado pela personalidade agressiva, tendo perturbado toda a carreira de Jelena com desavenças com a Federação Australiana de Tênis (TA). Em 2000, o homem que chegou a ser treinador da filha acabou até expulso das Olimpíadas de Sydney em virtude de uma briga dentro da Vila Olímpica.
O silêncio de Dokic, atualmente a número 74 do mundo, sobre o relacionamento familiar durou até esta segunda, quando falou com a revista Sport&Style. “Passei por coisas piores do que qualquer uma no circuito e posso dizer isso com confiança”, disse a atleta, lembrando a época na qual deixou a casa do pai. “Nada podia me fazer feliz… eu queria a vida de outra pessoa”.
A falta de acordo com a TA chegou a prejudicar a imagem de Dokic junto aos fãs australianos, sendo que essa situação só foi melhorar no último Aberto da Austrália. Na ocasião, ela superou um grande jejum de resultados e chegou às quartas-de-final do Grand Slam, voltando a figurar no top 100 do ranking feminino.
Quarta melhor tenista do planeta em 2002, justamente quando cortou relações com o pai, ela revelou ainda ter buscado ajuda com a também tenista Mary Pierce, que passou por problemas semelhantes. Entretanto, argumentou que, ao contrário da francesa, não tinha nem sequer a mãe para ajudá-la.
“Eu encarei algo muito diverso de qualquer outra pessoa. Eu não podia contar com ninguém, porque todos têm um caso diferente. Os outros não sabem realmente o que tive de enfrentar, e isso é muito privado para se falar”, apontou Dokic, que, depois de tudo, considera muito fácil entrar em uma quadra e disputar eventos profissionais. “Quando coisas assim acontecem, jogar tênis é muito fácil. Mesmo se você perder, não é o fim do mundo. Quando hoje eu venço é muito mais satisfatório”.