Se Marcos Daniel começasse a jogar contra o equatoriano Giovanni Lapentti ao mesmo tempo em que um maratonista de elite começasse a correr, o maratonista completaria com tranquilidade seus 42 km e chegaria a tempo de ver a vitória do brasileiro por 3 a 1, no primeiro jogo do playoff da Copa Davis. Encontrando muitas dificuldades no saque, o brasileiro precisou suar bastante para sair vitorioso da partida contra o equatoriano.
Apesar do oponente estar 145 posições atrás da sua no ranking, Daniel só foi encontrar facilidades no último game, triunfando com parciais de 7/6 (7-3), 3/6, 7/6 (7-4) e 6/2, em 3h34min de jogo.
O primeiro set foi parelho do início ao fim. Com nenhum tenista conseguindo quebrar o saque do adversário. No tie break, Daniel levou a melhor abrindo o jogo na frente. Porém, suas dificuldades com o saque culminaram em uma quebra a favor do equatoriano no começo da segunda série. Lapentti conseguiu manejar bem a vantagem, fechando por 6 a 3.
O terceiro set foi mais movimentado. O equatoriano novamente quebrou o saque do brasileiro, que só foi devolver a quebra em uma dupla falta do adversário. A igualdade voltou a imperar. Pois, se o dono da casa tinha problemas para manter o serviço, tendo 57% do primeiro saque, Lapentti abusava dos erros não forçados, foram 64 durante o duelo. No desempate, nova vantagem para Daniel, que retomou a vantagem do placar.
Na quarta série, Daniel se aproveitou do cansaço do adversário, quebrando duas vezes o saque. Fechando o set por 6 a 2. Na sequência, Thomaz Bellucci enfrentaria o irmão mais velho de Giovanni, Nicolas.
O jogo – O primeiro game da partida foi enganoso. Lapentti cometeu três erros não forçados, facilitando a vida de Daniel. Porém, o equatoriano endureceria o confronto logo em seguida. Após facilidade na primeira vez que sacou, Daniel começou a ter dificuldades no seu serviço. No quinto game, precisou salvar três break points. Quando tentava encurtar os pontos, acabava errando.
No sétimo game, Daniel voltou a ter seu saque a perigo. Mudando a tática e indo à rede, conseguiu manter a partida sem quebras. Quando o brasileiro vencia por 5 a 4, teve a chance de decidir o set. Uma chance tripla. Com Lapentti no saque, Daniel não aproveitou nenhuma das três oportunidades que teve para fechar a primeira série da partida. O caçula dos irmãos Lapentti venceu cinco pontos de maneira consecutiva para se manter vivo. Se as oportunidades desperdiçadas não foram capitalizadas na quadra, elas refletiram na arquibancada. O até então acanhado público passou a vibrar ponto a ponto, sendo comandado pelo ex-tenista Flávio Saretta. Porém, o tie break se tornou inevitável.
Apesar de ter cometido mais uma dupla falta, a sua quarta no duelo, Daniel não teve dificuldades para vencer o game de desempate. Com um jogo sólido, fez seu adversário errar bastante, fechando por 7 a 3.
Após 1h5min de primeiro set, Giovanni iniciou a segunda parte do jogo com uma dupla falta. Entretanto, o dono da casa seguia com enormes problemas para manter seu saque. Com dificuldades para colocar a bola em jogo no primeiro serviço e pouco eficiente com o segundo, Daniel não conseguiu evitar a primeira quebra da partida no quarto game. Na primeira oportunidade se safou com um ace, mas falhou na segunda, com o equatoriano fazendo 3 a 1.
Jogando fora boas oportunidades para ganhar pontos, o brasileiro perdeu o controle do confronto. Antes de perder a série por 6 a 3, atirou, pela primeira vez, a raquete no chão.
A falta de paciência de Daniel seguiu comprometendo. Logo no primeiro game do terceiro set, ele teve seu saque quebrado, após desperdiçar dois pontos seguidos, primeiro em um smash e depois com um voleio, colocado na mão do oponente.
Três games depois, surgiu a oportunidade de Daniel igualar a partida. Foram duas oportunidades colocadas, ambas desperdiçadas. Na vez seguinte em que Lapentti teve o saque e com 2h17 de jogo, finalmente, a quebra nasceu. Ela precisou vir com uma dupla falta do equatoriano. O placar em 3 a 3 na terceira série fez a torcida se alvoroçar novamente. Mesmo com a igualdade, o brasileiro seguia forçando demais as jogadas, demonstrando certo nervosismo. Em vários momentos, Daniel travou uma áspera discussão com sua raquete.
Sem o tenista da casa conseguir cativar os torcedores, os primeiros gritos de “Brasil, Brasil” só foram ouvidos antes do tie break, o segundo do embate. Após arrancar no desempate com 4 a 0, Daniel afobou-se, deixando Lapentti encostar em 5 a 4. Na hora decisiva, o gaúcho foi mais eficiente e fechou por 7 a 4, fazendo 2 a 1 na partida, que beirava as três horas de duração.
Confiante, Daniel começou quebrando o saque do oponente logo no primeiro game do quarto set. Lapentti começava a dar sinais de cansaço, sem incomodar quando o gaúcho servia e se complicando quando sacava. Sem forças, foi quebrado novamente no quinto game. Com o 4 a 1, o brasileiro encaminhava a vitória, que chegou com um 6 a 2.