Cada país tem direito a oito vagas no torneio, sendo quatro na chave masculina e quatro na feminina. Porém, o regulamento da Odepa exige que os tenistas estejam entre os 300 melhores de seus respectivos rankings na convocação, e a CBT teme que Guga não tenha subido tanto até lá.
Atualmente, o ex-número um do mundo ocupa a modestíssima 1079ª colocação do ranking da ATP, e muito dificilmente conseguirá subir 779 degraus até julho. Por isso, a confederação tenta aumentar o limite de vagas para o país, alegando direito por se tratar do país-sede do evento.
“A idéia é usar algumas das 12 vagas extras como convites, e separar o restante para a disputa de um Pré-Pan”, admite Paulo Moriguti, superintendente da entidade, segundo o portal UOL. “Só esperamos a formalização do acordo, mas estamos otimistas”, garante.
De acordo com Moriguti, o aumento do número de brasileiros no Pan elevaria também o interesse de torcida e imprensa local. Segundo ele, Gustavo Kuerten ainda não foi contatado sobre a possibilidade de disputar o evento. “Não entramos em contato com nenhum atleta porque o trato ainda é uma conversa informal até agora. Mas obviamente se o Guga tiver interesse, será uma grata surpresa”, argumenta.
Nem todos, porém, parecem favoráveis à medida da CBT. O COB, por exemplo, resume sua opinião dizendo que “o torneio seguirá as regras do regulamento”. Já Fernando Meligeni, que encerrou a carreira com o ouro no Pan de 2003, em Santo Domingo, desmerece um pouco a medida defendida por Moriguti.
“O Pan é chamativo por si só, não há a necessidade de criar incrementos para engrandecer algo que já é muito grande. Tenho certeza de que todos os tenistas brasileiros vão querer jogar”, afirma Meligeni, que evita bater de frente com as opiniões de Gustavo Kuerten.
Segundo Guga, que voltou às quadras com derrota para o sérvio Boris Pashanski por 6/2 e 7/5 no challenger de Santiago, o Pan “seria uma oportunidade bacana para restabelecer minha trajetória e encaixar com outras competições. Mas se coincidir com torneios mais importantes vou ter de pensar duas vezes”. Para Meligeni, a decisão está apenas nas mãos de Guga.
“É uma escolha pessoal dele, porque é preciso pensar quais torneios do circuito mundial cairão na mesma época e pesar as prioridades”, garante o ex-técnico da equipe brasileira na Copa Davis. "Mas é claro que no nível dele, não é preciso conseguir convite algum, ele tem tênis suficiente para classificar e disputar sem artifícios. Isso é, se ele tiver interesse”, completa.
Durante a disputa dos Jogos Pan-americanos, o calendário da ATP prevê a realização de alguns torneios importantes no saibro. O piso preferido dos tenistas sul-americanos é o escolhido em Gstaad (Suíça), Bastad (Suécia), Amersfoort (Holanda), Stuttgart (Alemanha), Umag (Croácia), Kitzbuhel (Áustria) e Sopot (Polônia), que devem tirar alguns nomes importantes do Pan.
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