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Gastronomia

CBT acusa governo de Minas de não pagar dívida por jogo da Copa Davis

Arquivo Geral

13/12/2006 0h00

O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda da Rosa, convocou a imprensa na tarde desta quarta-feira com a intenção de mostrar documentos que comprovam a falta de pagamento do Governo de Minas Gerais na realização do confronto entre Brasil e Suécia, em setembro, válido pela repescagem da Copa Davis.

Com espécie de “dossiê” reunindo cópias de contratos e e-mails desde o início do relacionamento, que decidiu pela realização do evento em Belo Horizonte, Rosa culpou o governador Aécio Neves de não cumprir o acerto inicial e de dever cerca de R$ 600 mil dos R$ 1,25 milhão prometido. Segundo ele, a CBT só não está em situação pior porque uma cota do Banco do Brasil deve entrar nos próximos dias.

“Já foram recebidas duas cotas de patrocinadores (OI e Sebrae), mas ainda faltam R$ 600 mil do governo. Isso se considerarmos que o Banco do Brasil vai pagar os outros R$ 300 mil que foi acertado. O curioso é que a gente não consegue mais falar com ele depois da Davis e, na época, ele disse que cobriria os gastos”, afirmou Rosa.

Segundo Rosa, a CBT entrou de cabeça na realização do evento mesmo sem estar em condições pela tal falta de pagamento. Só teria conseguido construir a quadra central e as outras quatro de treinos no Expominas graças a “bom relacionamento com fornecedores”. Disse ainda que o preço da arena “inchou” graças à presença de mais patrocinadores, conseguidos pelo Governo de Minas, o que teria sido bem visto pelos dirigentes na época.

Jorge Rosa não poupou críticas à atitude de Aécio Neves e de Rogério Romero, subsecretário de Esportes de Minas Gerais. “Governo atrasar é normal, mas não pagar dívida é a primeira vez que acontece com a gente. De qualquer jeito, não tem muito o que fazer. Se fomos entrar na Justiça, isso vai durar 20 anos e não vai dar em nada”, reclamou.

Todo o problema da falta de pagamento veio à tona logo após o pedido de demissão de Fernando Meligeni do cargo de capitão da Davis, nesta segunda-feira. Ele acusou a CBT de desorganização e de falta de planejamento para organizar seus projetos, o que a entidade respondeu com impossibilidade de arcar com os desejos do capitão.

Dizendo-se triste pela saída de Meligeni, mas indicando que ele seria ainda “muito jogador e não capitão”, Jorge Rosa deu outra versão para o que poderia ter culminado em sua saída. Para ele, Fininho teria ficado em situação ruim com os jogadores pela falta de pagamento do patrocínio nas mangas dos jogadores durante o confronto contra a Suécia.

Este patrocínio seria de R$ 200 mil, pagos à CBT, mas usados para arcar outros gastos da organização. “Não podíamos separar tudo. Antes de iniciarmos o projeto só tínhamos R$ 400 mil em caixa e isso era insuficiente. A OI pagou esse patrocínio da manga só 20 dias depois, mas acho que ele (Meligeni) foi pressionado pelos jogadores para cobrar da CBT e isso pode ter pesado”, admitiu.

Ao falar sobre o futuro, Rosa enalteceu as “conquistas” da CBT e disse que não se deixaria abalar por problemas com o Governo de Minas Gerais. “Não podemos pensar que todos os governos vão ser assim. Já temos quatro ou cinco estados interessados para o confronto de abril (contra Colômbia ou Canadá). Só sabemos que faremos de forma enxuta, sem grandes estruturas”.

Para evitar críticas e “fama de caloteiro”, a qual, segundo ele, vinha se espalhando nos último dias, Rosa fez questão de frisar que vai fazer o pagamento atrasado de árbitros, assessores e outros funcionários envolvidos no evento em Minas assim que receber os R$ 300 mil do Banco do Brasil. Caso isto não aconteça, estuda retirar verba da Lei Piva, o que não é permitido pelo Governo Federal.

Confirmou, ainda, que tanto jogadores como Meligeni e toda a comissão já foram pagos graças ao adiantamento da ITF (Federação Internacional de Tênis) na ocasião, de US$ 61 mil. “Eles receberam sete dias depois, só o que faltou foi o patrocínio na manga. Tirando isso, todos os pagamentos de árbitros e de torneios futures estão em dia. Só poderíamos estar totalmente livres se tivéssemos recebido os R$ 600 mil”, encerrou.

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