“Obviamente ganhar títulos não faz mais você ser número 1 do mundo”. Foi com a língua afiada como de costume que Serena Williams analisou aos repórteres em Miami a possibilidade de perder a liderança do ranking feminino de tênis para Dinara Safina mesmo tendo vencido os dois últimos Grand Slams disputados, os Abertos dos Estados Unidos e da Austrália.
A norte-americana, que quase foi eliminada do Torneio de Miami pela polonesa Agniezska Radwanska nesta segunda-feira, disparou críticas ao atual sistema usado pela WTA para definir quem são as melhores tenistas do país. Segundo Williams, a entidade desvaloriza os eventos maiores, visto que, se não chegar ao menos à decisão nesta semana, perderá sua atual posição ainda que venha de resultados melhores que os de Safina.
“Não vou ficar me pressionando. Se eu conseguir me manter, o fiz, se não, tudo bem. Será estranho eu ser número 2, porque a garota que tomaria meu lugar perdeu aqui antes e realmente não tem feito… mas que seja assim. Não me importo”, comentou Serena, lembrando que a russa foi eliminada logo na terceira rodada na Flórida.
Depois disso, a ganhadora de dez títulos de Grand Slams chegou a ser ainda mais dura nas declarações, atacando a forma como os pontos são distribuídos no circuito. “Neste ponto não importa quantos majors você vence que pode não ser a número 1. Mesmo se você chega à decisão de Wimbledon e vence o US Open e na Austrália, não fica nessa posição. Você tem de, não sei, ganhar todos os torneios pequenos para se tornar a líder”, ironizou.
Precisando ainda de duas vitórias em Miami para ficar à frente de Safina, Serena voltou a dizer que o mais importante para ela é ganhar uma das quatro maiores competições do mundo do tênis. “Obviamente ser número 1 é ótimo, mas prefiro vencer Slams e os eventos grandes. No futuro parece que eu serei lembrada mais pelo número de Slams que ganhei”.
Se confirmar à ascensão à ponta do ranking feminino na semana que vem, a irmã de Marat Safin será a segunda tenista a alcançar o posto sem faturar um major apenas nos últimos meses. Antes de ser superada por Williams no Aberto da Austrália, a sérvia Jelena Jankovic também era a melhor do planeta apesar da falta de uma conquista desse porte.
