Referência de inovações e tendências no setor de design de interiores e paisagismo, a 33ª edição da CASACOR Brasília será realizada na Casa do Candango, na 603 Sul. O evento começa nesta quarta-feira e ficará disponível até o dia 12 de outubro. Patrimônio afetivo na capital, conta neste ano com 50 ambientes assinados por 67 profissionais, na mostra com o tema “Semear Sonhos”. O objetivo da mostra deste ano é fazer uma reflexão profunda sobre o futuro das cidades, da arquitetura e das relações humanas.
A mostra ocupa uma área de 5.040 m² dividida entre o térreo e os dois pavimentos do prédio. Toda a estrutura da Casa do Candango foi recuperada pela CASACOR Brasília, já que a edificação de 1977 estava abandonada há uma década. O prédio passou por várias melhorias para ficar como legado para a capital.
Moema Leão, uma das diretoras da CASACOR Brasília, afirmou que esse projeto está em constante reinvenção, por isso a ousadia da edição deste ano ao levar o evento para a histórica Casa do Candango. “Com essa revitalização, a creche da Casa do Candango vai poder, por exemplo, alugar o espaço do auditório para ter uma renda extra e assim, investir na educação das mais de 370 crianças que são atendidas lá, para fazer várias coisas como oficinas e outros projetos”.
A composição da CASACOR Brasília de 2025
Uma das instalações que irão ficar como legado para a Casa do Candango é o auditório que foi idealizado pelo arquiteto Paulo César Galante Siqueira. Ele e a gestora da Paper House, Giulia Frazão Rodrigues da Cunha, destacaram para o JBr o desafio de realizar uma transformação completa em tempo recorde. “A ideia era mostrar uma reforma em espaço muito curto de tempo. A gente fez essa reforma em 25 dias, sendo que a parte de instalação, iluminação, sonorização e a membrana acústica foi feita em 10 dias”, contou Giulia.
Paulo declarou que foram pensadas soluções acessíveis e sustentáveis com foco no futuro do espaço e como ele vai ser utilizado. “Era essencial que fosse algo de fácil manutenção, sem um custo que inviabilizasse a continuidade do uso”, lembrou Paulo. A estrutura do auditório conta com uma única membrana acústica com efeito plissado – desenvolvida pela Paper House – que integra iluminação, acústica e revestimento. Outro diferencial do auditório, são as câmeras com inteligência artificial capazes de fazer reconhecimento facial, análise de gênero, humor e até transmitir eventos ao vivo. “Durante uma palestra, conseguimos monitorar em tempo real se o público está satisfeito”, concluiu Paulo.
Parceria de família
A parceria entre os arquitetos Júlia Zardo e George Zardo, pai e filha, segue intacta em mais uma edição da mostra. A dupla foi responsável pelo Loft Z, um espaço que celebra a integração total entre os ambientes e a natureza. Com materiais naturais como a madeira e elementos rústicos, o ambiente incorpora obras de arte feitas por Júlia – que também é artista plástica- em todo o espaço. “Eu queria trazer essa ideia de movimento da água, esse flow que eu costumo falar. Trazendo assim, um pouco de aconchego da natureza junto com a piscina e as cores”.
Os dois têm um vínculo forte com a mostra. “Meu pai sempre conta que participei da primeira CASACOR ainda na barriga da minha mãe”, brincou Júlia. A dupla está com expectativas altas para essa edição, principalmente pelo significado ainda mais forte de revitalização da Casa do Candango. “Acreditamos que esse novo espaço vai atrair o público com um visual diferente, cheio de vida, natureza e arte”, finalizou Giulia.
História do Brasil
As arquitetas Maria Paula Leite e Carol Almo, do Studio Vínculo, assinam o ambiente “História de um Jantar” na CASACOR Brasília. “Nós quisemos contar um pouco da história do país, desde o Barroco até nomes como Dom Pedro II, Barão de Mauá e Juscelino Kubitschek, com peças que vão da arte sacra à prataria da República”, explicou Maria Paula. Com curadoria de Antônio Aversa, o espaço reúne obras de Di Cavalcanti, Rubem Valentim, Leles de Orléans e Bragança, além de móveis assinados por Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin. Para Maria Paula, a expectativa é que o público se conecte com as peças. “Que o público relembre a riqueza da nossa história e se permita sonhar com um futuro melhor”, completou.
A arquiteta Deborah Pinheiro assina o ambiente Casa Verde, na CASACOR Brasília 2025, uma sala de estar integrada ao jardim que propõe um refúgio acolhedor, sensorial e cheio de memória afetiva. Com paredes de taipa, o espaço ganha destaque pela técnica ancestral ancestral feita com terra compactada.
O espaço também conta com obras de arte autorais e mobiliário mineiro de coleção, com peças dos séculos XIX e XX. “Não quis algo minimalista demais, nem carregado, mas um lugar com textura, cor, afeto e origem”, resumiu. Ela apostou em tons terrosos, madeira e na cor verde para compor o ambiente.
Gastronomia e cultura na programação
Em 2025, a programação conta com oficinas, feiras de arte, exposições e capacitações em parceria com entidades como a Caixa e o Instituto Coca- Cola Brasil, impactando mais de 200 mil jovens por meio de projetos educacionais.
Entre as oficinas previstas, estão: de aquarela, com Mirian Lindgren; bordado ministrada por Keyla Leal; cerâmica desenvolvida por Mariana Sturzenegger; porcelana com Clara Rosa; e crochê com Alana Viana.
A edição conta com três espaços gastronômicos, um Lounge BRB para drinks exclusivos e apresentações musicais semanais de artistas da região. A programação inclui Marias Rosa Choque, Victor Tadeu Trio, Fernanda Pinho Trio, Camila Gouveia, In Trio, Marquinho Vital Trio, Meoly Trio, Paulo Veríssimo Trio, Mirian Marques, Procurados Blues Band e O Bando.
JBr na CASACOR Brasília
O Jornal de Brasília também marcará presença neste evento que tem tudo a ver com a capital. Com uma cobertura especial do JBr Talks para falar sobre arquitetura, design e inovação. Já o colunista Marcelo Chaves vai comandar uma edição exclusiva do podcast Marcelo Chaves Entrevista – Especial CASACOR.
