Chegar a essa idade não significa encerrar a jornada profissional, mas repensá-la. Em um cenário cada vez mais dinâmico, muitos decidem trilhar novos caminhos — seja por desejo próprio, mudanças no setor ou necessidade de recolocação. Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) mostram que, em 2022, mais de 13,4 milhões de pessoas acima dos 50 anos estavam ativas no mercado formal brasileiro.
A experiência acumulada ao longo dos anos é um diferencial competitivo, ainda que o preconceito etário persista como obstáculo. Aos poucos, porém, empresas mais abertas à diversidade têm ampliado programas voltados para a inclusão de profissionais sêniores, reconhecendo o valor que diferentes gerações trazem para os negócios.
Segundo Pedro Luiz Alves, sócio da Ação Consultoria e Educação Corporativa e especialista em gestão de pessoas, mudar de carreira após os 50 pode se tornar um processo transformador:
“Essa fase exige coragem e preparo, mas pode ser extremamente gratificante. A maturidade oferece visão estratégica, inteligência emocional e resiliência — qualidades que muitas vezes faltam em profissionais mais jovens. O segredo está em ressignificar a trajetória e atualizar competências para os novos contextos do mercado.”
Além da contribuição direta em suas funções, profissionais mais experientes também exercem papel essencial na integração de gerações dentro das empresas. Ao atuarem como mentores de jovens talentos, sobretudo da geração Z, compartilham conhecimento prático, visão de longo prazo e valores sólidos, fortalecendo culturas organizacionais mais colaborativas e inovadoras.
Para quem deseja se recolocar ou iniciar uma nova carreira nessa fase da vida, o planejamento é fundamental. Revisar o currículo, investir em capacitação, buscar apoio de mentorias, ampliar o networking e compreender as exigências atuais do mercado são passos importantes. Áreas como consultoria, educação, empreendedorismo e economia criativa têm se mostrado especialmente receptivas a profissionais maduros, que trazem consigo liderança e visão ampla.
A transição, muitas vezes, vai além da mudança profissional: pode ser também um reencontro com o propósito. Cada vez mais, homens e mulheres nessa faixa etária buscam alinhar trabalho e valores pessoais, priorizando atividades que ofereçam não apenas estabilidade financeira, mas também realização e impacto positivo na sociedade.
Pedro Luiz Alves resume: “Nunca é tarde para recomeçar. O mercado está mudando, e quem se adapta com inteligência e atitude encontra novas portas abertas, muitas vezes mais alinhadas com quem se tornou ao longo da vida.”
Sobre Pedro Luiz Alves
Sócio e fundador da Ação Consultoria, foi diretor da Divisão de Treinamento e Desenvolvimento da Trevisan Consultores de Empresas. É especialista em Dominância Cerebral, Preferências Humanas, Tipologia Junguiana e em instrumentos de assessment como DISC, MBTI e Estilos Comportamentais. Formado como Coach pela Association For Talent Development (ATD) e em Cultural Awareness pelo MIT.
