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Bem Estar

Burnout: 6 estratégias para criar um ambiente de trabalho mais saudável e prevenir o esgotamento

Síndrome de esgotamento físico e emocional exige mudanças estruturais. Enfermeiro que superou a condição indica caminhos para começar

Aline Teixeira

13/08/2025 17h06

enxaqueca foto sandro araujo

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O burnout deixou de ser um jargão corporativo para se tornar um alerta real para milhares de profissionais. Reconhecida como síndrome pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição é resultado do estresse crônico ligado ao trabalho e ultrapassa o limite do simples cansaço.

Entre os sintomas mais comuns estão exaustão extrema, sensação de ineficácia, perda de motivação, distanciamento das atividades e problemas físicos como insônia, dores de cabeça frequentes e alterações no apetite. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de burnout, ficando atrás apenas do Japão.

O enfermeiro Lucas Bernardes conhece bem essa realidade. Com mais de 20 anos de plantões hospitalares, incluindo o período mais crítico da pandemia de COVID-19, ele viu sua saúde física e mental se deteriorar:

“A sensação de ir para o plantão era de total desesperança. Estresse, insônia crônica, irritabilidade, dores musculares e cefaleia passaram a fazer parte do meu dia a dia”, relembra.

Diagnosticado com burnout severo, Lucas iniciou acompanhamento psicológico e psiquiátrico para lidar com os anos de pressão acumulada. Hoje, ele compartilha seis medidas práticas que ajudam empresas e equipes a construir um ambiente mais acolhedor e saudável:

1. Faça pausas regulares

Trabalhar sem interrupções não significa ser mais produtivo. Pequenos intervalos para alongar, respirar ou se afastar da tela ajudam o cérebro a se recuperar e mantêm o desempenho equilibrado.

    2. Crie espaços de escuta coletiva

    Terapia em grupo ou rodas de conversa fortalecem o senso de pertencimento e reduzem a sobrecarga emocional. Não se trata de expor vulnerabilidades, mas de compartilhar experiências e criar apoio mútuo.

    3. Invista em ações de bem-estar

    Sessões de massagem, meditação guiada ou dinâmicas coletivas podem parecer simbólicas, mas enviam uma mensagem clara: a saúde mental é prioridade.

    4. Valorize e reconheça o trabalho

    O reconhecimento vai além do salário. Um elogio sincero, a escuta ativa ou o convite para participar de decisões aumentam a motivação e a satisfação no trabalho.

    5. Respeite o equilíbrio entre vida pessoal e profissional

    Disponibilidade 24 horas por dia é insustentável. Estabelecer limites e preservar momentos de descanso é essencial para manter a saúde mental e a qualidade de vida.

    6. Mantenha comunicação aberta e colaborativa

    Lideranças acessíveis e equipes dispostas a ajudar criam ambientes mais seguros, reduzem o medo de errar e favorecem relações mais humanas.

      Para Lucas, combater o burnout exige mudança cultural e compromisso coletivo:

      “A gente precisa quebrar a lógica da competitividade tóxica e apostar em relações de trabalho mais humanas.”

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