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Outubro rosa: quais são as opções de reconstrução após o tratamento do câncer de mama?

Apesar do implante de silicone ser a opção mais comum, retalhos de pele e enxertos de gordura também são caminhos viáveis

Redação Jornal de Brasília

07/10/2021 13h42

A reconstrução dos seios é uma opção importante para mulheres afetadas pelo câncer de mama. Mesmo a técnica com implantes sendo a mais comum, existem diversas opções quando se trata da cirurgia após o tratamento.

“Com o avanço da tecnologia, podemos usar um ou mais caminhos para restituir os seios,” pontua a cirurgiã plástica Patricia Marques, especialista em reconstrução de mamas pelo hospital Santa Creu I Sant Pau de Barcelona. “Para muitas pessoas esse processo é essencial para se recuperar psicologicamente de um momento tão difícil.”

Marques pontua que é uma técnica complexa e os procedimentos escolhidos variam muito de caso a caso, já que o câncer de mama não é sempre tratado da mesma maneira. “Existem pacientes que sofreram com uma cavidade no seio por conta da retirada de um tumor, ou até aqueles que passaram por uma mastectomia, que remove todos os tecidos mamários por completo”.

A especialista explica que quando foi realizada uma cirurgia conservadora, ou seja, foi preservada boa parte do seio, pode ser feito um trabalho de reconstrução utilizando retalhos de pele da própria mama ou da sua lateral, assim como enxertos de gordura de outras partes do corpo, para corrigir as deformidades, inclusive na área das aréolas e mamilos.

“O uso do implante de silicone em si é mais indicado quando foi necessária a mastectomia. A prótese pode ser ainda combinada com os enxertos ou retalhos para uma aparência mais harmônica em alguns casos.”

Este recurso cirúrgico do implante já foi uma preocupação nos casos de câncer, e ainda há insegurança por parte de alguns pacientes, mas a doutora esclarece que hoje ele é aceito pela comunidade médica por possuir ótimos resultados, quando utilizado com responsabilidade.

Um estudo publicado pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, acompanhou 2.284 pacientes que passaram pela reconstrução com implantes entre 1994 e 2016. Monitorando os casos em até 12 anos após a cirurgia, eles consideraram dois fatores: a estética dos seios e a rejeição do corpo ao implante. Os resultados confirmaram sua teoria, e os níveis de satisfação das pacientes permaneceu em um nível alto, avaliadas numa escala de pontos de 0 a 5.

A aparência, claro, é uma preocupação por parte de muitas mulheres, por conta da fama de aparência ‘falsa’ do silicone, mas a cirurgiã assegura que é uma preconcepção. “Escolhendo uma prótese anatômica com um tamanho proporcional ao corpo, ela aparenta ser totalmente natural. Vai da decisão da paciente.”

Marques destaca, porém, que em qualquer um desses casos é necessária uma avaliação conjunta entre o oncologista e o cirurgião plástico, e que ambos estejam de acordo sobre a condição da paciente de passar por um processo cirúrgico. “Passando por todos os testes e sendo liberada para o procedimento, é possível fazer uma reconstrução de sucesso,” finaliza.

Sobre a Especialista:
Doutora Patricia Marques (CRM- SP 146410) é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de mama, cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY, EUA

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