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Entre fronteiras e sonhos: 5 histórias de imigração para refletir e emocionar

Esses longas retratam as dificuldades e esperanças de indivíduos e famílias que enfrentaram tudo para mudar de vida

Alexya Lemos

04/07/2025 5h00

it must be heaven

Foto: Reprodução

Em um tempo em que milhões de pessoas cruzam fronteiras em busca de segurança, trabalho ou dignidade, o cinema se torna um espelho e uma lente: mostra o que se perdeu, o que se procura e o que (ainda) se pode reconstruir. Os filmes sobre deslocamentos e migração, sejam eles atuais ou antigos, revelam não apenas histórias de travessias, mas também as fraturas políticas e emocionais de quem parte, de quem chega — e, muitas vezes, de quem fica.

Nesta lista, destacamos obras que falam sobre pertencer (ou não), sobre fronteiras visíveis e invisíveis, e sobre o que carregamos na bagagem quando o lar deixa de ser um lugar e vira lembrança.

O Paraíso Deve Ser Aqui

Dirigido e protagonizado por Elia Suleiman, o longa acompanha um sujeito quietão que sai da Palestina em busca de um novo lar. A ideia é fugir do conflito e do caos, mas o que ele encontra pelo caminho é um tipo diferente de absurdo. É como se a opressão e a vigilância o perseguissem onde quer que ele vá. 

A sacada do filme é usar o silêncio e o olhar para criar cenas cômicas e reflexivas. O protagonista quase não fala, mas o mundo ao redor grita, com polícia em excesso, situações absurdas e choque cultural. Sem apelar para o drama, o filme faz rir (às vezes de nervoso) e oferece uma crítica sutil, inteligente e profundamente humana sobre o que é ser estrangeiro.

Onde assistir: Prime Video e Apple TV+

Minari – Terra Prometida

O longa conta a história de uma família sul-coreana que se muda para o interior do Arkansas, nos Estados Unidos, nos anos 1980, em busca do sonho americano. O pai, Jacob, quer começar uma fazenda e conquistar independência financeira, mas o caminho é cheio de obstáculos — desde as dificuldades financeiras até as tensões culturais dentro e fora da família.

Aqui, os conflitos são mais sutis: o estranhamento com os vizinhos, o peso das expectativas, as frustrações entre marido e mulher, e a adaptação dos filhos à nova realidade. A avó, interpretada magistralmente por Youn Yuh-jung (que levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante), rouba a cena com sua doçura nada convencional e se torna uma espécie de ponte entre o passado coreano e o futuro americano da família.

Onde assistir: Prime Video

The Immigrant

A trama se passa na Nova York dos anos 1920 e acompanha Ewa (Marion Cotillard), uma jovem polonesa que chega aos EUA em busca de uma vida melhor, mas logo se vê presa em uma rede de exploração e desilusões. Com uma atuação poderosa, que carrega o filme com dignidade e dor nos olhos, a história mergulha nas dificuldades que muitos imigrantes enfrentaram (e ainda enfrentam) ao tentar recomeçar longe de casa.

Um dos destaques do filme é a fotografia melancólica, assinada por Darius Khondji, que recria uma Nova York suja, sombria, mas cheia de esperança. Além disso, Joaquin Phoenix entrega uma performance intensa como Bruno, o homem que explora Ewa, mas que também demonstra camadas complexas de afeto e possessividade. O enredo pode parecer simples à primeira vista, mas carrega questões profundas sobre sobrevivência, sacrifício, moralidade e redenção.

Onde assistir: Prime Video

Mediterranea

Dirigido por Jonas Carpignano, o longa acompanha a jornada de Ayiva, um jovem que deixa Burkina Faso em busca de uma vida melhor na Europa. Ao lado de um amigo, ele atravessa o deserto, o mar Mediterrâneo e chega à Itália — mas o que encontra lá está longe do sonho europeu: preconceito, trabalho exploratório e um cotidiano violento.

O destaque aqui é o olhar humanizado sobre os imigrantes africanos que vivem na Itália — pessoas reais, com medos, esperanças e dignidade. A atuação de Koudous Seihon, ele mesmo um imigrante burquinês, dá ainda mais força e autenticidade à narrativa. É um filme direto, desconfortável às vezes, mas necessário.

Onde assistir: Mubi

Adeus, Lênin!

O longa gira em torno de Alex, um jovem da Alemanha Oriental que tenta esconder da mãe, uma comunista fervorosa que entra em coma antes da queda do muro, que o país se unificou e o socialismo acabou. Para isso, ele reconstrói o “mundo socialista” dentro do próprio apartamento. É uma comédia dramática muito sensível, criativa e cheia de crítica social.

Apesar de não tratar da imigração internacional, esse filme dialoga com temas parecidos, como deslocamento cultural, perda de identidade, e adaptação a uma nova realidade. A Alemanha que surge após a queda do muro é quase um “novo país” para muitos personagens. Lançado há mais de 20 anos, permanece mais atual que nunca.

Onde assistir: Prime Video

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