Gravada durante as filmagens do longa-metragem A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert, a série documental A Melhor Mãe do Mundo (REAL) revela as histórias reais de mulheres que transformam o cotidiano com trabalho, resistência e esperança. Dirigida por Pedro Bayeux e idealizada por Henrique Leinig, a produção joga luz sobre a vida de oito catadoras brasileiras que atuam na coleta e triagem de materiais recicláveis — um trabalho essencial para o meio ambiente, mas muitas vezes invisibilizado pela sociedade.
Em oito episódios, a série apresenta um retrato profundo e sensível dessas mulheres, que inspiraram a criação da personagem Gal, interpretada por Shirley Cruz no longa-metragem. Com trajetórias marcadas por desafios e superações, elas representam a força e a dignidade de quem luta diariamente pela sobrevivência e por um mundo mais justo.
As protagonistas são:
Fabiana da Silva (in memoriam), Daniele da Silva, Cida Preta, Guiomar dos Santos, Laura da Cruz, Litz Gouvea, Maura Pereira e Alexandra da Silva. Cada uma delas carrega consigo uma história potente e comovente.
Fabiana da Silva, retratada no episódio de estreia, morava na Favela do Moinho, em São Paulo, e faleceu antes de ver a série finalizada. Sua história é símbolo de força e afeto, e seu legado continua inspirando outras mulheres.
Daniele da Silva, destaque do segundo episódio, passou pelo sistema prisional ainda jovem. Hoje, com sua própria carroça, ela não apenas reconstruiu sua vida, mas também gera renda para outras pessoas da comunidade.
No terceiro episódio, conhecemos Cida Preta, mulher de 68 anos que se formou pela Unicata (universidade voltada para catadores) e encontrou na escrita um instrumento de luta, inspirada por Carolina Maria de Jesus.
Guiomar dos Santos, protagonista do quarto episódio, é catadora e ativista pelos direitos das mulheres. Ela articula redes de apoio e luta por melhores condições de trabalho para suas colegas.
O quinto episódio é dedicado a Laura da Cruz, mãe, avó e bisavó que saiu do Pará rumo a São Paulo e há oito anos atua nos projetos Pimp My Carroça e Cataki.
Na sequência, conhecemos Litz Gouvea, também conhecida como Barbie Lixeira, que atua com o pai na coleta de recicláveis e usa as redes sociais para conscientizar sobre sustentabilidade.
Maura Pereira, retratada no sétimo episódio, é catadora há 26 anos. Trazida da Bahia ainda criança, ela enfrentou uma infância difícil e hoje sustenta a família com o trabalho de reciclagem — dois de seus sete filhos trabalham com ela.
Encerrando a série, Alexandra da Silva aparece como liderança comunitária e ativista por políticas públicas voltadas às catadoras. Sua luta vai além da reciclagem: ela busca o empoderamento de outras mulheres e o reconhecimento do valor desse trabalho para a sociedade.
De acordo com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, cerca de 800 mil catadores atuam no Brasil atualmente — a maioria, mulheres. Eles são responsáveis por aproximadamente 90% de todo o material reciclado no país.
A Melhor Mãe do Mundo (REAL) não apenas documenta essas vidas; ela dá visibilidade a uma força coletiva que sustenta o presente e aponta caminhos para um futuro mais sustentável. A série convida o público a refletir sobre questões urgentes como desigualdade social, sustentabilidade e o protagonismo feminino na transformação do mundo.