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Teatro e Dança

Festival de Teatro Verônica Moreno celebra aniversário e cultura de Samambaia

Com 16 produções teatrais do DF e de outras regiões, evento busca valorizar promover a produção cultural de Samambaia

Ingrid Costa

27/10/2023 5h00

Atualizada 26/10/2023 20h07

Foto: Ara Filmes

O Complexo Cultural de Samambaia está recebendo o Festival de Teatro Verônica Moreno, em homenagem à atriz e ativista cultural brasiliense que dá nome ao evento. Promovido pelo grupo Imaginário Cultural, o festival compõe a programação do aniversário de 34 anos da região administrativa e conta com workshops, uma roda de conversa e 16 espetáculos do Distrito Federal e dos estados de Goiás e São Paulo.

A programação dos espetáculos começou na última terça-feira (24) e vai até a próxima segunda (30). Hoje (27), haverá apresentações da Trupe Trabalhe Essa Ideia, do grupo Celeiro das Antas e do Casulo Teatro, a partir das 10h. O festival se encerra com o espetáculo Dona Dinha, da Cia Roupa de Ensaio (confira a programação completa).

Foto: Ara Filmes

Verônica Moreno faz parte da história do teatro do DF. “A Paixão do Cristo Negro” é uma de suas produções e, por meio de suas oficinas realizadas em uma escola pública de Samambaia, contribuiu para a democratização da arte e a formação de novos atores. A artista se foi em 2015, mas seu trabalho ainda reflete na cultura da região.

Produtor do Festival de Teatro Verônica Moreno, Alan Mariano deu detalhes sobre o evento, o legado de Verônica, a cena teatral do DF e a importância cultural de Samambaia em entrevista ao Jornal de Brasília.

Como surgiu a ideia de fazer o festival?
Foi surgindo de forma bem natural. Queríamos homenagear Verônica Moreno por sua trajetória e pelo amor e admiração que temos por ela. Alguns profissionais que fazem parte da organização do festival trabalharam com Verônica e a tiveram como professora, então já estamos colhendo coisas boas do legado dela. 

De que forma o festival representa o legado de Verônica Moreno e a região de Samambaia?
Acredito que o festival ajuda na consolidação de Samambaia como polo artístico do Distrito Federal, principalmente na formação de plateia, já que boa parte das apresentações recebem estudantes da rede pública. O evento também oportuniza aprendizados em elementos do teatro por meio dos workshops de figurino, maquiagem e trocas de saberes nas rodas de conversa sobre o fazer teatral na região.

Qual a importância de atividades como os workshops e de locais como o Complexo Cultural de Samambaia para a comunidade?
Essas atividades que acontecem para além dos espetáculos são importantes para a capacitação de novos profissionais e para que entendamos que, para um espetáculo acontecer, são muitos profissionais envolvidos. Elas também proporcionam o intercâmbio entre artistas e público.

O Complexo Cultural de Samambaia foi resultado de muita luta da comunidade artística local. Este espaço abre oportunidades para a população e para os artistas. É um local para realizar várias frentes importantes.

Como foi o processo de organização do festival e quais desafios surgiram durante esse período?

Começamos ano passado, assim que tivemos a ideia. O início foi a partir da elaboração do projeto. Mas a parte de decidir as datas, colocar o trabalho na rua, divulgar os editais para os grupos e compor a equipe aconteceu no fim de agosto deste ano. De lá para cá, fomos atrás de fornecedores para fazermos uma exposição da Verônica e a montagem do próprio festival.

É sempre desafiador propor e organizar um projeto. Tivemos alguns problemas com relação à data (nós escolhemos pensando em fazer parte da programação do aniversário de Samambaia) por conta da proximidade com outros eventos. Outro fator é a extensão do festival, que conta com 16 espetáculos em que cada um tem técnicas e propostas diferentes. Então, elaborar, programar e executar é um desafio, mas a gente sabia que enfrentaria, e enfrenta com muito gosto.

Na sua visão, o que falta para que haja mais contato do público brasiliense com a cena teatral local? De que forma as autoridades podem atuar?
São muitos desafios. Falando sobre a Associação Imaginário, é a primeira vez que fazemos um projeto grande depois que fomos obrigados a fechar nosso espaço por conta da pandemia e também pela falta de apoio governamental. Antes do Complexo Cultural de Samambaia existir, a gente já trabalhava com arte, cultura, educação…

Outra questão é o custeio dessas atividades e a remuneração dos envolvidos. Começamos a trabalhar no festival no ano passado, mas só agora estamos recebendo por isso graças ao Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF). Então, já começa daí: o artista trabalha muito e recebe pouco em relação ao que ele desenvolve.

Também tem o desafio de formar uma plateia. Sempre encontramos pessoas que nunca foram ao teatro ou que não sabiam da existência do Complexo Cultural de Samambaia, por exemplo.

Além disso, existe a luta para mostrar que nosso trabalho é importante para a sociedade. Infelizmente, sofremos muitos ataques nos acusando de não trabalhar, de ‘receber mamata’. Pelo contrário, nós trabalhamos muito e sabemos da importância do teatro para a formação cidadã, educacional e profissional. Esse reconhecimento também tem a ver com falta de apoio, tanto governamental quanto de empresas privadas que poderiam patrocinar projetos como este, mas não conhecem ou não sabem como apoiar.

Como a equipe espera que o festival contribua para a promoção da cultura em Samambaia e no Distrito Federal?
Quando começamos a projetar o festival, pensamos nele como um projeto contínuo e importante para a Associação Imaginário Cultural. Buscamos a formação de plateia, o atendimento aos estudantes daqui e de outras regiões administrativas, a capacitação nos mais diversos elementos cênicos e a formação de novos profissionais.

Pensamos na valorização do grande polo cultural que é Samambaia, uma cidade que tem grande potencial não só no teatro, mas em outras artes. O festival promove a cultura e valoriza nossa própria história, tanto a que já aconteceu como a que estamos escrevendo agora.

Foto: Ara Filmes

Serviço
Festival de Teatro Verônica Moreno

De 24 a 30 de outubro
No Complexo Cultural de Samambaia – Quadra 301 Conjunto 05 Lote 01 – Samambaia Sul
Entrada franca
Horários, atrações e mais informações: @imaginarioculturaloficial.

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