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Teatro e Dança

Espetáculo “Anne Frank, a voz que se tem memória” convida à reflexão histórica

A peça transcende o entretenimento e aproxima o espectadores da história de uma forma que a educação convencional muitas vezes não alcança.

Maria Eduarda Lima

30/08/2024 17h54

Espetáculo ‘Anne Frank, a voz que se tem memória. Foto: Leonardo Talarico

Espetáculo ‘Anne Frank, a voz que se tem memória. Foto: Leonardo Talarico

O espetáculo “Anne Frank, a Voz que se tem Memória” chega a Brasília neste sábado (31/8), às 21h30, no Teatro Unip, para uma apresentação única que promete tocar o público. Dirigida por Leonardo Talarico Marins e estrelado por Poliana Carvalho, que também assina a produção, a peça é um monólogo que revive a voz de Anne Frank, a jovem judia que se escondeu com sua família dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Mais que uma recontagem da história, o espetáculo é um convite à reflexão sobre a importância de preservar a memória e luta por um mundo mais justo.

Desde sua estreia em 2023, em Búzios (RJ), a peça tem sido aclamada pela crítica e pelo público, destacando-se pela profundidade da pesquisa e pela forma única de contar a história de Anne Frank. Poliana Carvalho, que começou seu trabalho de pesquisa em 2016, imergiu profundamente na história ao visitar locais emblemáticos como o Anexo Secreto, em Amsterdã, e o campo de concentração de Auschwitz, e ao entrevistar uma sobrevivente do Holocausto que conheceu Anne. Essa pesquisa intensa conferiu à produção uma autenticidade rara e uma sensibilidade que se refletem no palco.

Em entrevista ao JBr, Poliana Carvalho contou que a ideia de transformar a história de Anne Frank em um monólogo nasceu da percepção de que, embora sua história seja amplamente conhecida, nunca havia sido contada dessa maneira. “Eu tive o primeiro contato com a história dela aos 15 anos, e percebi o quão pouco eu e a maioria das pessoas sabiam sobre o Holocausto,” reflete a atriz. Ela também destacou o desafio de condensar a vasta pesquisa em uma narrativa teatral, mencionando a dificuldade de decidir o que não incluir na peça, dado o enorme repertório de histórias coletadas.

O diretor Leonardo Talarico, por sua vez, explicou que a ideia de criar o espetáculo veio não apenas pelo chamado de Poliana, mas também pela relevância histórica do tema. Para ele, os monólogos representam momentos de grande impacto na carreira de um artista, proporcionando um desafio criativo singular.

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Espetáculo ‘Anne Frank, a voz que se tem memória. Foto: Leonardo Talarico

O espetáculo transcende o diário de Anne Frank, dando voz a ela e a tantas outras vítimas da desumanidade, em uma homenagem à resistência e à coragem dessas pessoas. Ao trazer essa história para os palcos, a peça reforça a importância de manter viva a memória histórica para evitar que horrores como o Holocausto se repitam. “O teatro é a forma mais humana de se conectar a uma narrativa. Conhecer o que aconteceu com Anne é aprender o que não podemos repetir. É entender até onde a crueldade humana pode chegar e como, mesmo ali, pode nascer a poesia”, explica.

Para ela, o teatro aproxima os espectadores da história de uma forma que a educação tradicional muitas vezes não alcança, permitindo abordar assuntos delicados, como o Holocausto, de maneira mais acessível e emocionalmente impactante. Além de contar as histórias, o teatro envolve a plateia, que se torna parte do processo narrativo, ajudando a honrar e manter viva a memória dessas vítimas.

O público de Brasília pode esperar uma apresentação que vai além do entretenimento e promove uma reflexão profunda sobre temas como a intolerância, o preconceito e a importância da memória histórica.

Anne Frank, a voz que se tem memória
Dia 31 de agosto (sábado), às 21h30, no Teatro Unip. Classificação indicativa: 14 anos. Ingressos: a partir de R$ 60 (meia entrada).

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