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Sucesso internacional, obras de Jotape chegam à capital

Arquivo Geral

08/11/2017 7h00

Foto: Divulgação

Larissa Galli
cultura@grupojbr.com

Joaquim Correa Pereira Júnior tinha uma empresa de comércio em Miami. “Vendia muita coisa para Angola: carros, iates e até avião”, conta. Decidiu começar a pintar depois de uma instabilidades nos negócios. “Tinha perdido tudo na vida, meus negócios me deixaram sem um centavo após tomar um tombo de um cliente”. Foi aí que ele resolveu “começar a pintar para ver no que dava”.

“No começo, cheguei a trocar quadro por comida”, revela o artista plástico. Hoje, Jotape, como é conhecido, mora em Resende, interior do Rio de Janeiro – mesma cidade em que nasceu e passou a infância –, mas divide seu tempo entre Brasil, Milão e Miami, cidade dos EUA onde tudo começou. “Uma amiga russa, Malinka Max, viu meus trabalhos e logo arrumou exposições para mim em Miami”, destaca. “Aos poucos meus trabalhos foram parar no México, Canadá e Nova York”. Já em Milão, na Itália, Jotape tem obras expostas e um estúdio para trabalho.

A espontaneidade marca não somente as pinturas de Jotape, mas também toda sua rotina de trabalho. Segundo o artista, ele não segue nenhum processo criativo. “Tem dia que não quero ver tinta na minha frente. Mas tem dia que entro no estúdio e não sei que horas vou embora. Parece que viver a vida intensamente é o meu processo produtivo e criativo”, comenta.

Para a exposição em Brasília, que tem sua abertura marcada para hoje, na Éle Pê Galeria de Arte, Jotape traz a série de pinturas Azulejos, um conjunto de obras abstratas. O artista conta que teve a ideia de começar a pintar os quadros enquanto tomava banho, ao reparar nos azulejos do banheiro da casa dos pais.

Mas ele não para por aqui. Em dezembro, Jotapê expõe na capital paulista: “Eu acho que o artista precisa estar sempre criando coisas novas. Recentemente estou trabalhando em duas novas séries, que vou expor em São Paulo. São pinturas completamente novas”. “Eu estou com minha cabeça a um milhão o tempo inteiro, sempre tentando criar coisas diferentes”, completa.

Este mês, Jotape completa três anos como artista plástico. “Tudo aconteceu muito rápido e ainda estou me acostumando”, afirma. Nesse tempo, ele contabiliza cerca de 350 quadros feitos, entre encomendas e exposições. E o artista ressalta que tem clientes de todos os jeitos: “De ex-presidente, como Fernando Henrique Cardoso, a colecionadores de arte em Nova York”.

Método exclusivo

Tintas acrílicas, tela, colagem e tinta de parede são alguns dos materiais que Jotape utiliza em suas obras. “Quando eu não tinha dinheiro para comprar uma lata de tinta e uma tela, improvisava. Isso é bacana porque me faz encontrar soluções. Acabo descobrindo outras formas e materiais”. Os Dompa’s, por exemplo, são pinturas feitas em caixas de papelão e pallets de madeira. Na verdade, “Dompa” é o nome do gato de Jotape. E também um método exclusivo de pintura criado por ele.

O gato, aliás, aparece em todos os quadros da série Dompa’s, que faz sucesso em Nova York. Jotape já pintou, entre outros, Dompa À Paris, Dompa In Dubai, Dompa Mozart e o Dompa na Divina Comédia (De Dante). “É uma interpretação minha da Divina Comédia, e ao fundo, colagens do primeiro livro, O Inferno“, explica.

Serviço

Abertura na Éle Pê

A abertura da exposição acontece hoje, das 19h às 23h, na Éle Pê Galeria de Arte (Lago Sul). Os quadros ficam expostos permanentemente no local e o artista vai estar presente no evento para receber o público.

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