Larissa Galli
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Desconstruir a nudez e construir a leitura. Essa é a ideia do projeto Literanua, criado pelo fotógrafo e crítico de teatro Diego Ponce de Leon. No projeto, que traz a relação entre o nu artístico e a literatura, modelos posam nus com seus livros preferidos em diferentes pontos de Brasília, como o Jardim Botânico e a Universidade de Brasília, além de residências e lugares fechados.
Saiba mais
- Para o futuro, Diego Ponce de Leon adianta que vai dar continuidade ao projeto.
- “Tenho mais de 100 pessoas na lista de espera para fotografar. Assim que a Bienal acabar, vou começar a desenvolver”.
- O fotógrafo adianta que está pensando em uma temática mais específica para os próximos ensaios e revela que tem intenções de expandir o projeto para o Rio e São Paulo.
“Quando a gente lê, fica à flor da pele”, ressalta Diego. “O que a gente lê é muito mais íntimo que a nossa própria roupa”. Além de misturar o nu com o gosto pela literatura, o artista também busca a desconstrução moral e a naturalização do corpo humano por meio da arte. “A ideia é também desmistificar certos valores impostos pela sociedade sobre a nudez, como a vulgaridade, por exemplo”.
Há seis meses trabalhando no Literanua, Diego conta que tomou gosto por retratar pessoas e usou a influência do teatro para desenvolver o projeto. Os modelos são voluntários que se ofereceram para participar por meio de um convite postado na página do Facebook do fotógrafo. “Eu fiquei surpreso com a quantidade de pessoas interessadas”, conta.
Ele esperava uma maior participação de artistas, mas pessoas de todas as áreas se voluntariaram. “Pessoas tímidas, com baixa autoestima e com pouco contato com o corpo quiseram participar como uma forma de quebrar paradigmas também pessoais”, acrescenta.
O resultado do projeto, que não traz nudez explícita, pode ser conferido na terceira edição da Bienal do Livro e da Leitura de Brasília, até este domingo, no Estádio Nacional Mané Garrincha (Eixo Monumental). Esta é a primeira exposição do fotógrafo: “Estrear um projeto como esse na Bienal é incrível (…). A literatura é essencialmente poética e muitas pessoas estão descobrindo que a nudez também pode ser”.
A mostra com 15 fotos está em cartaz na Bienal das 10h às 22h, e tem entrada franca.