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Além do Quadradinho
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Todos os sonhos de Alessandra Maraschino

Artista multifacetada, além de atriz, também é cantora da banda autoral Ralé Xique, que está em estúdio para gravar seu primeiro álbum.

Thaty Nardelli

02/04/2024 8h09

Foto: Alessandra Maraschino, em Ordinary Days. Crédito: Thais Mallon

Foto: Alessandra Maraschino, em Ordinary Days. Crédito: Thais Mallon

Com 11 anos de carreira, Alessandra Maraschino sempre foi aquela criança espoleta que brincava na rua, gostava de subir em árvore, jogar bete com garrafa de plástico e toda semana quebrava um osso diferente. “Sempre tive uma imaginação muito fértil e queria colocar pra fora. Escrevia músicas e peças e apresentava pra minha mãe. Qualquer trabalho de escola, transformava num espetáculo da Alessandra. Eu não cantava muito bem, mas nunca desisti. Acho que já nasci artista”, conta ela.

Hoje, atriz e cantora – formada em canto, dança e teatro com foco para teatro musical –, desde muito cedo, descobriu que o palco era o seu lugar. “Com seis anos, eu já era a Cigarra na peça da escola “A Cigarra e as Formigas” e nunca mais parei”, relembra. Aos nove anos, os professores descobriram que Ale, como é conhecida na cena cultural do Distrito Federal, cantava e a convidou para participar da gravação de um CD com eles. “A partir dali, eu já sabia o que queria ser quando crescesse e também que era possível contar histórias e mostrar meus sentimentos daquela forma. Nunca mais quis nada além disso”, frisa.

Aos 20 anos, após concluir o Ensino Médio e entrar na faculdade, em 2013, ela se vestiu com toda a coragem para seguir seu sonho e começou a fazer cursos de extensão em Teatro nos horários alternativos à graduação. “Foi aí que também descobri o Teatro Musical em Brasília, o que sempre foi meu grande sonho. Cantar e atuar ao mesmo tempo? Não é possível que exista algo tão perfeito pra mim. Fiz meu primeiro musical neste ano, como Ensemble na Actus Produções. Mal sabia que seria o primeiro de muitos”, revela.

Artistas de Teatro Musical são verdadeiros atletas. Eles precisam ter base e técnica bem trabalhadas em todas as áreas, como atuação, canto e dança. “Subestimamos muito o nosso corpo. Ele foi feito pra isso! Pra fazer você sentir por completo o que quer transmitir. Quando se acredita no que está contando, o corpo viaja pelo palco. É a melhor sensação de todas”, revela Alessandra. “É possível fazer com que a plateia sinta algo com meu movimento, com uma pausa, uma melodia diferente, uma quebra… É quase magia”, completa.

Dentre tantos espetáculos que Ale já realizou, alguns ficaram especialmente marcados para ela. “‘Across The Universe’, da Actus Produções, porque meu primeiro musical vai morar pra sempre no meu coração. Também sinto muito orgulho dos meus trabalhos nos últimos anos, como ‘O Auto da Compadecida’, ‘Julieta e Romeu’ e ‘Amelie’. Percebo que cresci muito como uma profissional”, avalia.

Hoje, Alessandra também dá aula de atuação e canto e acredita que a arte pode mudar a vida de toda e qualquer pessoa, independentemente do motivo que a faz buscar essas artes. “Seja uma criança que faz uma peça pela primeira vez e se apaixona ou alguém que é muito tímido e quer se soltar, a sensação de que é possível se expressar de diferentes formas é incrível. Estudar arte é libertador. Você conhece partes suas que nunca iam acordar se não tivesse se entregado ao desafio”, conta Maraschino.

Alessandra Maraschino é, sem dúvidas, uma artista multifacetada, desempenhando diversas linguagens dentro da arte, inclusive, como cantora da banda autoral Ralé Xique, que caminha entre a psicodelia tropical de vanguarda e outros gêneros . “Essa banda é o bebê de todos os integrantes. Sou completamente obcecada pelo nosso som e pelas sensações que ela invoca”, confessa. “Começamos tímidos, entrei pra banda lá em 2018, como uma oportunidade de cantar coisas fora da minha zona de conforto, mas vimos o nosso potencial e como a nossa música era grande demais para não ser mostrada pro mundo”, destaca.

A banda Ralé Xique, que tem o EP “Noblesse Oblige“, prepara-se para lançar seu segundo clipe “Quem Invocou o Sete Pele?”, em 8 de abril, com abordagem sobre a intolerância religiosa. “Tenho um imenso orgulho dessa música. É a minha primeira vez como vocalista principal e ela fala muito comigo. A linha do baixo fazendo transição com a voz falada sempre me causa arrepios. Ela fala sobre intolerância religiosa e sobre a hipocrisia das pessoas que acreditam que só a fé delas é a certa. Também é uma celebração ao “estranho” e “desconfortável”. Qual é a graça de se encaixar nessa estrutura chata conservadora? Por que eu não posso ser eu?”, destrincha Ale.

Para este ano, o seu foco está na Ralé Xique, que está em estúdio para gravar seu primeiro álbum. “Estamos trabalhando no ‘Você Sabe Com Quem Está Falando?’, que é um grito de superação de todos nós. Superamos relacionamentos tóxicos, chefes abusivos, família opressora, cada um tem seu motivo para esse grito”, adianta a cantora. “Ele é um álbum feito para qualquer um que já tenha se sentido oprimido ou apagado. Também sigo na minha carreira de Teatro Musical, com espetáculos originais e bem brasileiros. Estou muito animada para mostrar para vocês o meu trabalho e espero que venham muitos outros”, convida ela.

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