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Literatura

Bienal do Livro vira noite de louvor religioso com autor de ‘Café com Deus Pai’

O autor está presente todos os dias por lá para autógrafos e servir café aos leitores

Redação Jornal de Brasília

13/09/2024 13h42

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Foto: Divulgação

ISADORA LAVIOLA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

E mais uma vez o cristianismo foi tema no palco principal da Bienal do Livro de São Paulo. Nesta quinta, foi a vez do autor do livro mais vendido no Brasil no último ano conversar com o público da Arena Cultural.

O “Café com Deus Pai”, devocional do pastor Junior Rostirola, ocupa um dos maiores e mais cheios estandes do evento e é publicado pela Vélos. O autor está presente todos os dias por lá para autógrafos e servir café aos leitores.

Na mesa da noite de quinta, Rostirola se sentou ao lado do cantor Gabriel Brito e de Juliana, uma leitora que foi convidada para participar da conversa depois que deu seu testemunho ao pastor no seu estande.

Juliana afirmou que sofria problemas de saúde e ouvia de médicos que nunca mais iria andar. Até que, segundo ela, abriu o “Café com Deus Pai” e encontrou uma palavra sobre não desistir. Hoje ela conta estar recuperada e é grata ao livro de Rostirola pela cura. “O devocional é transformador, dá força, traz esperança.”

A conversa foi uma coleção de testemunhos. Rostirola também contou sua história de vida, com a voz embargada, e lembrou as agressões que sofreu do pai e de colegas da escola que o levaram à depressão. Enquanto o pastor se emocionava no palco, lágrimas e lenços eram vistos nos olhos da plateia.

“Foi nessa época que eu recebi um convite de uma vizinha para ir à igreja, e foi um divisor de águas na minha vida”, contou o pastor, seguindo a deixa, o pianista Rodrigo Valentim cantou o louvor “Casa de Deus” no evento literário -foi a música que Rostirola ouviu quando entrou na igreja pela primeira vez.

Do palco, Valentim tocou teclado acompanhando o tom da mesa à medida que variava entre triste e esperançoso. O encontro foi a principal consagração dos livros devocionais na Bienal até aqui.

Ao mesmo tempo, em outro espaço da Bienal, o medievalista italiano Emanuele Arioli relatava à mediadora Tatiany Leite e a uma plateia menor o seu processo de descoberta de um texto perdido há 700 anos.

Arioli encontrou a primeira parte da história de “Segurant, o Cavaleiro do Dragão” em um manuscrito francês e passou anos buscando os outros pedaços da narrativa.

O italiano falou em português -é tão fluente no idioma que chegou a traduzir a versão brasileira de seu próprio livro- sobre sua pesquisa e seu dia a dia como medievalista.

“Os dias são longos e as noites são curtas”, contou Arioli, se desculpando algumas vezes com a plateia por se mostrar cansado com o fuso horário. “Nem tenho tempo de pensar, só continuo escrevendo.”

A partir de sua pesquisa, Arioli produziu três livros. Uma versão completa da história, uma obra em quadrinhos e um infantojuvenil que conta como o pesquisador encontrou o manuscrito. Ele disse que a graphic novel foi feita como uma tentativa de resolver os mistérios que não conseguiu desvendar, completando as partes em aberto.

Arioli afirmou que a narrativa tem ressonância com a atualidade. “Nós precisamos de magia, e essa história traz encanto para o mundo.”

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