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Kátia Flávia
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“Você não posta a ceia, mas posta o tigrinho”: quem é Marcio Rolim e por que a resposta dele deixou Rico Melquiades exposto

Ativista LGBTQIA+ rebate discurso de empatia do campeão de A Fazenda e escancara contradições envolvendo jogos de azar, ostentação e responsabilidade nas redes.

Kátia Flávia

26/12/2025 11h45

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Rico Melquíades e Márcio Rolim. Fotos; reprodução/redes sociais

Amadas e amados, eu ainda estava ali, suada da academia, subindo em direção ao meu Cosme Velho aqui no Rio , tentando manter a dignidade depois do treino, quando o telefone toca. Do outro lado da linha, uma amiga da Liberdade bairro do japonês em Sampa , dessas que sabem tudo antes de todo mundo, já chega sem respirar: “Você viu o quebra-pau da véspera de Natal?”. E eu, claro, parei o carro. Porque quando alguém fala “quebra-pau” e “Natal” na mesma frase, a gente sabe que vem coisa boa.

Pois bem. O barraco da vez envolve ninguém menos que Marcio Rollin , uma espécie de Clodovil do bem e o Rico do reality sim, aquele mesma, todo plastificado, toda montado, que vocês sabem muito bem de quem estou falando. Aquela que vive no brilho do ring light, mas que dessa vez escorregou feio na própria narrativa.

O clima? Natalino, só que ao contrário. Em vez de peru, farofa e rabanada, tivemos ironia, indireta e farpa direta. E olha… foi daqueles embates que fazem o grupo do WhatsApp ferver e o Instagram virar tribunal.

O que começou como um story de Natal virou um dos embates mais comentados das redes nos últimos dias. De um lado, Rico Melquiades, campeão de A Fazenda e influenciador de milhões, dizendo que não postaria sua ceia para “não gerar gatilhos” em seguidores que passam necessidade. Do outro, Marcio Rolim, ativista e comunicador, que resolveu não engolir o discurso e respondeu com uma sequência de críticas afiadas, diretas e nada diplomáticas.

Mas afinal, quem é Marcio Rolim e por que a fala dele ganhou tanta força?

Marcio é conhecido nas redes por seu ativismo voltado a direitos humanos, causas LGBTQIA+ e críticas à ostentação vazia de influenciadores. Ele costuma se posicionar sem rodeios e, desta vez, resolveu confrontar publicamente o que chamou de incoerência.

A resposta veio em tom duro, sem maquiagem:

“Você diz que não vai postar a ceia pra não causar gatilho, mas vai continuar divulgando jogo de azar? Vai continuar postando tigrinho que destrói a vida das pessoas?”, questionou.

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Marcio faz críticas a Rico Melquíades devido ao envolvimento do influenciador com Tigrinho. Fotos: reprodução/Instagram

A fala não ficou só nisso. Marcio lembrou que Rico segue promovendo plataformas de apostas, sorteios e transferências via Pix, práticas frequentemente associadas a endividamento e perdas financeiras graves entre seguidores mais vulneráveis.

O ponto que fez a internet ferver foi quando ele trouxe à tona um episódio recente envolvendo o influenciador.

Segundo o próprio Marcio, Rico teria firmado um acordo com a Justiça do Estado de Alagoas para encerrar investigações relacionadas à divulgação de jogos de azar. Um acordo que, segundo ele, envolveu cifras milionárias.

“Com esse dinheiro dava pra fazer ceia pra muita gente, ajudar quem passa fome. Mas preferiu pagar acordo e depois posar de sensível nos stories”, disparou.

A crítica foi além da questão financeira. O que Marcio colocou em xeque foi o discurso.

Para ele, não postar a ceia não é empatia, é estratégia de imagem. Principalmente quando, dias antes, o mesmo perfil seguia divulgando apostas, prêmios e promessas de dinheiro fácil.

“Você não posta a ceia pra não causar gatilho, mas estimula gente a perder casa, salário e dignidade com jogo?”

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Rico disse que não iria compartilhar fotos da mesa da ceia de Natal para não gerar gatilhos em quem não tem o que comer.

O embate viralizou justamente porque toca numa ferida atual: a responsabilidade de quem tem milhões de seguidores. Rico Melquiades, vale lembrar, venceu A Fazenda, construiu carreira nas redes e hoje é um dos influenciadores mais visíveis do país. Com isso, veio também um poder de influência que, goste ou não, pesa.

E foi exatamente esse peso que Marcio resolveu escancarar.

A discussão deixou de ser sobre comida, Natal ou stories bonitos. Virou um debate sobre coerência, dinheiro, influência e o limite entre discurso social e conveniência.

Márcio Rolim respondeu Rico Melquiades.

No fim, a pergunta que ficou ecoando nas redes foi simples e incômoda: se a preocupação é não ferir quem tem pouco, por que continuar promovendo o que pode tirar ainda mais de quem já não tem quase nada?

E como resumiu o próprio Marcio, em tom que ninguém conseguiu ignorar: “Não é sobre postar a ceia. É sobre parar de fingir.”

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