Meus amores, que tristeza sem tamanho. O corpo da nossa amada Preta Gil chegou ao Brasil nesta quinta-feira (24), vindo de Nova York. Foi por Guarulhos que ela pousou, acompanhada dos que estiveram com ela até o fim: o Francisco, seu filho amado; a Sol de Maria, neta-luz; a Flora Gil, que é madrasta, mas sempre foi presença de alma; e a médica Dra. Roberta Saretta, que não desgrudou um só minuto durante o tratamento experimental nos EUA.
Tudo silencioso, discreto… como devem ser os grandes gestos de amor. O corpo seguiu para o Rio logo cedo, e, olha, é de partir o coração só de imaginar. Vai ser preparado com todo o cuidado no Cemitério da Penitência, no Caju, e na sexta-feira (25), teremos o velório, exatamente como Preta pediu em vida: no Theatro Municipal do Rio. Porque ela era isso, né? Um espetáculo. Um furacão de alegria, dor, coragem, voz. Uma mulher com alma de palco.

O velório vai ser aberto ao público das 9h às 13h, mas, claro, com um espaço reservado para os amigos íntimos e a família. Nada de shows, nada de música ao vivo, nada de exagero. A cerimônia vai ser só emoção, com um telão mostrando momentos da Preta que a gente nunca vai esquecer. E vai por mim, vai ter gente fazendo fila desde a madrugada, porque ela era querida de verdade. O povo amava a Preta.
E tem mais: a escolha da data não foi por acaso, meu bem. Dia 25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Uma data que carrega exatamente tudo o que ela representava. Preta era voz, era corpo, era presença, era grito, era amor. Sempre se posicionou, sempre lutou, sempre enfrentou tudo de cabeça erguida, até o câncer. Até o fim.
Gilberto Gil e Sandra Gadelha, os pais da cantora, já estão no Rio. E a cidade inteira parece suspensa, sabe? Como se tivesse perdido o ar. Eu mesma tô com o coração apertado, chorando com batom vermelho e óculos escuros, tentando me lembrar que mulheres como a Preta não vão embora, viram estrela. Viram constelação.
