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Kátia Flávia
Kátia Flávia

Simone Mendes virou potência solo, multiplicou números e colocou disciplina onde diziam que só tinha emoção

Ela transformou a virada de carreira em operação de elite, com hit, preço alto, agenda lotada e gestão afiada.

Kátia Flávia

14/12/2025 14h00

Ela transformou a virada de carreira em operação de elite, com hit, preço alto, agenda lotada e gestão afiada.

Amores, vou dizer sem pudor e sem fone barato. No meu carro, no meu celular, no meu dia a dia, só dá Dois Tristes. É a música da minha amiga, da minha irmã de alma, Simone Mendes, aquela que eu amo, amo mesmo, e que amo tricotar

Simone, para mim, é a maior, a grande revelação dos últimos dois anos deste país que insiste em se surpreender com quem sempre foi gigante. Enquanto muitos ainda tentavam entender a virada, ela já estava lá, firme, afinada, elegante até na dor, cantando sofrência com classe e verdade.

Dois Tristes não é só canção, é estado de espírito. É música que acompanha trânsito, pensamento, vida real. Daquelas que não pedem volume alto para doer fundo. E é isso que Simone faz como poucas. Ela canta como quem viveu, venceu e seguiu em frente sem pedir aplauso.

Socialite observa e sentencia, com taça na mão e ouvido atento. Simone Mendes não é fase, não é modinha, não é acaso. É força contínua, talento lapidado e presença que cresce sem gritar. A maior revelação recente da música nacional, sim. E quem discorda, claramente não anda ouvindo Dois Tristes no carro.

Simone Mendes não “deu certo” na fase solo. Ela construiu um segundo auge com método, e é isso que muita matéria finge não enxergar. Hoje, ela está num patamar de massa e de mercado que pouca artista brasileira sustenta ao mesmo tempo. No Spotify, por exemplo, ela aparece com cerca de 16,4 milhões de ouvintes mensais. 

O crescimento agressivo dela tem uma assinatura clara. Repertório pensado para durar, gravação ao vivo que vira combustível de plataforma e lançamentos em sequência, sempre com material novo para o público morder. “Erro Gostoso” é o símbolo dessa virada, já passando de 400 milhões de streams no Spotify, com histórico forte de chart.  E não é um caso isolado. Em painéis que compilam os dados do Spotify, ela já soma bilhões de streams no catálogo monitorado, com várias faixas na casa das centenas de milhões. 

O segredo pouco dito é que ela parou de depender de um único estouro e virou máquina de recorrência. Olha o desenho. Um hit grande abre porta, outro segura o fôlego, e um terceiro chega para manter o nome quente. “Mesmice” entrou como faixa do projeto “Cantando Sua História 2”, que foi lançado e divulgado oficialmente como parte desse DVD, com cronograma e clipe, tudo no relógio.  Isso é gestão. Não é sorte.

E a gestão dela é onde mora a parte que quase ninguém tem coragem de explicar com números, porque incomoda. Simone Mendes virou artista de cachê alto, estrutura cara e agenda concorrida. Em entrevistas e repercussões recentes, o marido e empresário Kaká Diniz falou em valores de cachê mínimo na faixa de R$ 750 mil, podendo chegar a R$ 1,7 milhão em Réveillon, com logística completa.  Esse valor não nasce do nada. É preço de quem entrega casa cheia, equipe grande, show redondo e marca que move dinheiro.

E não é só a carreira dela que é bem administrada. Kaká Diniz também é ligado à Non Stop, agência que ganhou manchetes por faturar R$ 100 milhões em 2023 e buscar novas receitas, com uma estratégia de projetos proprietários, segundo a Exame.  Quando você cruza isso com a carreira da Simone, dá para entender por que ela virou uma operação tão afiada. Repertório, posicionamento, negociação, entregas, tudo com cara de planejamento, e com a esperteza de não parecer planejado.

Tem mais. A Simone fez uma escolha que parece simples, mas é cruelmente eficiente. Ela se posicionou como voz emocional do país, só que com humor. Sofrência com sorriso, dor com coragem, frase de efeito que viraliza sem pedir desculpa. Isso cria um tipo de fidelidade que não depende de tendência. E enquanto muita gente tenta “reinventar imagem”, ela só foi ficando mais precisa na própria identidade.

Outra peça desse quebra-cabeça é colaboração certeira. “P do Pecado”, com Grupo Menos É Mais, não é feat para enfeite. É ponte entre públicos e prova de que ela sabe circular além do sertanejo raiz, sem perder assinatura. A faixa aparece com números muito altos em plataformas de acompanhamento de streams. 

E quando alguém tenta reduzir tudo a “momento”, a agenda mostra que existe consistência de estrada. O site oficial traz compromissos e apresentações registradas, reforçando a rotina de palco como parte central dessa fase.  Simone não virou gigante sentada. Virou gigante trabalhando.

No fim, o que ninguém fala direito é isso. A carreira solo dela não é um recomeço. É uma tomada de poder com três pilares. Música que performa no longo prazo, presença de palco que justifica o preço e uma gestão que trata carreira como negócio, sem matar a alma popular. Aí acontece o inevitável. Ela cresce, cobra caro, entrega muito, e segue crescendo.

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