Numa entrevista tensa e cheia de pausas longas, daquelas em que até o silêncio pesa, Dado Dolabella admitiu pela primeira vez o que durante anos tentou negar: ele agrediu Luana Piovani em 2008. O ator, que hoje se diz mais espiritualizado e “em processo de cura”, contou que o episódio aconteceu durante uma discussão intensa.
“Houve agressões mútuas naquele momento. Eu reconheço que a agredi. Eu estava saindo, pedindo pra gente ir embora, e a unha dela entrou no meu braço. Minha mão pegou com tudo nela e ela caiu no chão. Fui covarde, porque a mulher com o homem a força é completamente desproporcional”, declarou Dado, com a voz embargada.
A fala caiu como uma bomba na internet, afinal, é a primeira vez que o ator verbaliza o ato. Até então, a história circulava apenas por versões, processos e lembranças difusas.

O caso entre Dado e Luana virou manchete em 2008, quando os dois ainda eram um dos casais mais comentados do país. Na época, a atriz registrou ocorrência e uma testemunha, a camareira Esmeralda de Sousa, afirmou ter sido agredida ao tentar apartar a briga.
“Ele me pegou pelos ombros e me jogou longe. Quebrei os dois pulsos e o tendão. Foram meses com o braço engessado”, relatou ela à época.
A agressão resultou na condenação de Dado Dolabella a pena em regime aberto e o afastou das novelas da Globo por anos.
Na entrevista a Cabrini, Dado tentou equilibrar arrependimento com justificativas. Disse que não tem dinheiro para pagar as indenizações determinadas pela Justiça, e voltou a afirmar que se sentiu “destruído pela mídia”.
“Como vou pagar, se não tenho dinheiro? Se a pessoa destruiu minha imagem, como eu vou pagar?”, questionou.

Hoje, Dado vive um relacionamento com a modelo Marcela Tomaszewski, eleita Miss Gramado 2025, que recentemente negou ter sido vítima de agressão do ator após o Ministério Público do Rio de Janeiro abrir inquérito para investigar o caso.
“Ele não tocou em mim. As marcas vermelhas são porque sou muito branca. Não protegeria um agressor em hipótese alguma”, afirmou Marcela.
Mesmo assim, o MPRJ segue apurando o episódio.
A entrevista de Dado Dolabella reacendeu um debate que parecia adormecido: o peso da violência doméstica e o retrato público de artistas envolvidos nesses casos. Enquanto uns elogiaram a confissão como um passo de maturidade, outros viram oportunismo tardio.
Luana Piovani, até o momento, não se manifestou e talvez nem precise. Sua trajetória independente, combativa e vocal sobre machismo já é, por si só, uma resposta.
Ai, meu amor… 17 anos depois, o golpe veio em forma de palavra. Dado Dolabella finalmente disse o que o Brasil inteiro já sabia. E como eu sempre digo: tem desculpa que chega tarde demais e pedido de perdão que não apaga o tapa que o tempo já eternizou.