Manas, já avisei aqui pra as minhas amigas do Cosme Velho, amanhã tem ceia fina na base do pão de presunto, churros e suco de tamarindo, porque esse especial do Chaves merece amigas, risada alta e zero paciência pra drama sertanejo. Vamos falar a verdade, com sinceridade e um pouco de maldade, porque Natal também é isso.
O SBT decidiu tirar da grade o especial natalino de Zezé Di Camargo e colocou no lugar um episódio especial de Chaves. A exibição está marcada para quarta-feira, 17 de dezembro, logo após o Programa do Ratinho, por volta das 23h, aquele horário perfeito pra rir sem culpa e dormir leve.
O capítulo escolhido é “Sem pichorra não tem festa”, de 1976, tratado pela emissora como inédito na TV aberta brasileira. É episódio de clima natalino, com a vila tentando organizar uma comemoração no melhor estilo Chaves, ou seja, tudo começa com boa intenção e termina em confusão, gritaria e lição torta.
Sem pichorra não tem festa, sem confusão não tem vila. Simples assim.
O SBT olhou para aquele especial açucarado do Zezé, cheio de carinha sofrida, violão no colo e amor reciclado, e pensou, não dá. Não hoje. Não daquele jeito político e desafinado.
Aí fez o que qualquer emissora com instinto de sobrevivência faria. Foi direto no cofre emocional do brasileiro, abriu a porta e gritou, Chaves, resolve pra gente. Resolveu.
Enquanto o Zezé tentava convencer o país de que ainda era clima de Natal político, o SBT lembrou que Natal de verdade tem tapa do Seu Madruga, lágrima do Quico, chilique da Chiquinha e barriga roncando do Chaves. Isso sim é união familiar.
Trocar Zezé por Chaves não é só troca de programa. É recado. É dizer pro público, eu te conheço. Você quer rir, não quer aula de moral, nem climão político, nem cantor desafinando desculpa em looping.
A internet vibrou como gol em final de Copa. Teve agradecimento, teve comemoração e teve gente dizendo que foi o melhor presente de Natal desde que Chaves voltou à programação.
O Zezé virou figurante da própria história. Foi derrotado por uma vila de papelão, uma bola quadrada e um sanduíche de presunto que nunca chega.
No Brasil, você até pode cantar É o Amor. Mas não mexe com o Chaves.
Porque amor passa. Chaves fica.