De volta ao carnaval paulistano, Savia David não entrou na Fábrica do Samba. Ela invadiu. A rainha da Estrela do Terceiro Milênio apareceu coberta por 27 kg de ferro, correntes e simbologias que fazem qualquer perua tremer só de imaginar o peso. E ainda vai sambar num salto de 12 cm, porque rainha de verdade não pede arrego. Ela pisa.

Nada de brilho, nada de pluma, nada daquele glitter que todo mundo espera. Savia escolheu contar uma história. Representou corpos escravizados, homenageou Paulo César Pinheiro e levou no figurino as tranças nagô que guardavam sementes e mapas de fuga. A fantasia dela é um grito silencioso que atravessa séculos, honra resistências e entrega força.
A empresária e influenciadora falou com firmeza. Disse que sambar com ferro no corpo não é brincadeira, que cada passo cobra o preço, mas que o desafio faz parte da mensagem. Quer trazer materiais alternativos, quer mostrar que carnaval também é memória, representatividade e uma aula de quem veio antes.

Ela ainda lembrou que fantasias grandiosas são caras, inacessíveis para muitos. Então, além de estética e mensagem, Savia busca outra coisa: democratizar o brilho, mesmo quando o brilho é de ferro.
Em 2026, a Estrela do Terceiro Milênio homenageará Paulo César Pinheiro, e Savia promete vir ainda mais poderosa. A escola mergulha na obra que fala de escravidão, resistência e realeza negra. Vem aí Galanga, Chico-Rei, força pura transformada em enredo e canto.

Savia, com seus 27 kg de história, não só reina. Ela reescreve. Porque tem rainha que só samba. E tem rainha que samba, pesa, emociona e vira símbolo. Ela é a segunda opção.