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Kátia Flávia
Kátia Flávia

Quando Maria Bethânia gritou “Carcará”, o Brasil tremeu e agora essa história ganha livro!

A nova obra do jornalista e pesquisador Paulo Henrique de Moura revela a trajetória anárquica e incendiária da jovem baiana que enfrentou a ditadura com poesia, teatro e voz — transformando-se no símbolo mais visceral da liberdade artística brasileira.

Kátia Flávia

11/11/2025 11h00

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(Fotos: Roberto Filho / Divulgação)

Prepare o incenso e o aplauso, porque o palco é dela, minha musa nervosa! Antes de ser a diva que hipnotiza plateias, Maria Bethânia foi uma garota baiana que chegou ao Rio de Janeiro nos anos 1960 com um sotaque doce e uma coragem que desafiava generais. Agora, essa fase explosiva da cantora vira livro: “Maria Bethânia, primeiros anos, da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro”, assinado pelo jornalista e pesquisador Paulo Henrique de Moura.

O lançamento acontece no dia 22 de novembro, às 17h, no Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), pela Editora Letra e Voz.

O livro mergulha no início da carreira de Bethânia, quando ela, ainda uma desconhecida de Santo Amaro, subiu ao palco para substituir Nara Leão no espetáculo “Opinião”, dirigido por Augusto Boal.

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O livro conta com depoimentos inéditos de Rodrigo Velloso (irmão da cantora), Gilberto Gil, Jards Macalé, Djalma Corrêa (1942–2022), Roberto Santana, Thereza Eugênia, Edy Star e da própria Maria Bethânia.

Naquela noite, o Brasil ouviu o grito selvagem de “Carcará” e nunca mais foi o mesmo. Entre aplausos e sustos, uma estrela nasceu. E não qualquer estrela: uma que iluminou os porões da censura com a força da palavra e da música.

A pesquisa de Moura revela bastidores intensos da fase teatral de Bethânia. Ela participou de produções como “Arena Canta Bahia”, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, e “Tempo de Guerra”, obras que usavam a arte como arma contra o autoritarismo.

Bethânia cantava, interpretava e incendiava, tudo ao mesmo tempo. Era o teatro virando revolução estética, era a MPB se tornando trincheira.

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Mesmo sob vigilância, Maria Bethânia jamais se calou.
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(Fotos: reprodução/Instagram)

Mesmo sob a mira da ditadura, Bethânia nunca se silenciou. Depois do sucesso de Opinião, evitou o rótulo de “cantora de protesto”, mas manteve o tom desafiador em tudo o que fazia. Sua arte seguiu traduzindo os sentimentos e as contradições do povo brasileiro, sempre entre o sagrado e o profano, a flor e o trovão.

A obra de Paulo Henrique de Moura é um verdadeiro resgate histórico e emocional, dos primeiros anos da intérprete que transformou o palco em altar e a canção em manifesto.

Com depoimentos inéditos de Gilberto Gil, Rodrigo Velloso, Edy Star, Jards Macalé e da própria Bethânia, o autor reconstrói o nascimento de uma artista que desafiou o sistema e reinventou a forma de cantar o Brasil.

Minha gente, Bethânia não canta, ela profetiza! Essa mulher abriu a boca e o Brasil respirou. Agora vem um livro pra mostrar que, antes do mito, havia uma menina com fogo nos olhos e revolução na garganta. E quem duvida que o ‘Carcará’ ainda tá sobrevoando o país?”

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O autor Paulo Henrique de Moura é jornalista, mestre em Estudos Culturais pela USP e especialista em Mídia, Informação e Cultura pelo CELACC (ECA/USP). (Foto: Heitor Moura Neto).
Maria Bethânia, primeiros anos da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro

Autor: Paulo Henrique de Moura
Editora: Letra e Voz
Lançamento: 22 de novembro de 2025 (sábado), às 17h
Museu da Imagem e do Som (MIS-SP) – Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Preço: R$ 68
Disponível em: www.letraevoz.com.br
Entrada gratuita

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