Prepare o incenso e o aplauso, porque o palco é dela, minha musa nervosa! Antes de ser a diva que hipnotiza plateias, Maria Bethânia foi uma garota baiana que chegou ao Rio de Janeiro nos anos 1960 com um sotaque doce e uma coragem que desafiava generais. Agora, essa fase explosiva da cantora vira livro: “Maria Bethânia, primeiros anos, da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro”, assinado pelo jornalista e pesquisador Paulo Henrique de Moura.
O lançamento acontece no dia 22 de novembro, às 17h, no Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), pela Editora Letra e Voz.
O livro mergulha no início da carreira de Bethânia, quando ela, ainda uma desconhecida de Santo Amaro, subiu ao palco para substituir Nara Leão no espetáculo “Opinião”, dirigido por Augusto Boal.

Naquela noite, o Brasil ouviu o grito selvagem de “Carcará” e nunca mais foi o mesmo. Entre aplausos e sustos, uma estrela nasceu. E não qualquer estrela: uma que iluminou os porões da censura com a força da palavra e da música.
A pesquisa de Moura revela bastidores intensos da fase teatral de Bethânia. Ela participou de produções como “Arena Canta Bahia”, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, e “Tempo de Guerra”, obras que usavam a arte como arma contra o autoritarismo.
Bethânia cantava, interpretava e incendiava, tudo ao mesmo tempo. Era o teatro virando revolução estética, era a MPB se tornando trincheira.


Mesmo sob a mira da ditadura, Bethânia nunca se silenciou. Depois do sucesso de Opinião, evitou o rótulo de “cantora de protesto”, mas manteve o tom desafiador em tudo o que fazia. Sua arte seguiu traduzindo os sentimentos e as contradições do povo brasileiro, sempre entre o sagrado e o profano, a flor e o trovão.
A obra de Paulo Henrique de Moura é um verdadeiro resgate histórico e emocional, dos primeiros anos da intérprete que transformou o palco em altar e a canção em manifesto.
Com depoimentos inéditos de Gilberto Gil, Rodrigo Velloso, Edy Star, Jards Macalé e da própria Bethânia, o autor reconstrói o nascimento de uma artista que desafiou o sistema e reinventou a forma de cantar o Brasil.
Minha gente, Bethânia não canta, ela profetiza! Essa mulher abriu a boca e o Brasil respirou. Agora vem um livro pra mostrar que, antes do mito, havia uma menina com fogo nos olhos e revolução na garganta. E quem duvida que o ‘Carcará’ ainda tá sobrevoando o país?”

Maria Bethânia, primeiros anos da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro
Autor: Paulo Henrique de Moura
Editora: Letra e Voz
Lançamento: 22 de novembro de 2025 (sábado), às 17h
Museu da Imagem e do Som (MIS-SP) – Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Preço: R$ 68
Disponível em: www.letraevoz.com.br
Entrada gratuita