Meus amores, se em Macapá faltam médicos, leitos e obras entregues, sobra temperamento explosivo na cadeira do poder. O prefeito Antônio Paulo Furlan (MDB) resolveu mostrar que além de médico, também entende de artes marciais. Durante uma visita às obras atrasadas do Hospital Municipal, neste domingo (17/8), o político largou a diplomacia e aplicou um “mata-leão” no cinegrafista Iran Froes, da equipe do jornalista Heverson Castro.
A cena, digna de pay-per-view, viralizou nas redes. Tudo começou quando Castro perguntou sobre a demora na entrega do hospital, iniciado em 2023. O prefeito, que não gosta de ser cutucado onde dói, afastou o microfone e partiu pro abraço… de lutador.
Mas o show não parou aí. A Guarda Municipal, fiel claque de Furlan, algemou Castro, Froes e até um terceiro colega, jogando todos dentro de um camburão como se fossem vilões de novela. Para completar o enredo, o celular do jornalista sumiu no processo, detalhe que a defesa classificou como “arbitrário” e “muito conveniente”.
Do lado da Prefeitura, veio o clássico “nota de repúdio invertida”, culpando os jornalistas. Chamaram Castro de “blogueiro” (ah, a velha tentativa de desqualificar a imprensa) e ainda disseram que as servidoras municipais é que foram atacadas. A defesa, por sua vez, não economizou: “As imagens falam por si. Quem atacou foi o prefeito”.
Agora, convenhamos: o mesmo prefeito que já foi alvo da PF por suspeita de fraude em obras da orla, que governa com mão de ferro e mesmo assim conseguiu ser reeleito em 2024 com 85,1% dos votos, maior índice do Brasil, parece viver em outro planeta. Afinal, quem entrega hospital atrasado, mas distribui golpe de MMA, não governa: faz espetáculo.
E enquanto isso, o povo de Macapá continua esperando atendimento. Porque, no ringue da política, o doutor-prefeito prefere lutar contra jornalistas em vez de lutar pela saúde pública
