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Kátia Flávia
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Por que a Netflix escolheu a virada do ano para encerrar Stranger Things e transformar o final em evento global

Porque despedida boa é aquela que domina o calendário e mexe com o emocional do público. A Netflix transformou o fim da série em ritual coletivo, não em simples estreia.

Kátia Flávia

31/12/2025 9h00

stranger things ultima temporada

O encerramento da série chega na Netflix às 22h de 31 de dezembro. Foto: reprodução/Netflix

Vamos combinar uma coisa. A Netflix não é ingênua e muito menos romântica. Escolher a virada do ano para encerrar Stranger Things foi um movimento calculado, pensado nos mínimos detalhes, com cheiro de estratégia e gosto de poder.

A Netflix não escolheu a virada do ano por acaso para encerrar Stranger Things. A decisão faz parte de uma estratégia calculada para transformar o fim da série em um acontecimento global, desses que dominam conversas, redes sociais e mesas de família ao mesmo tempo.

Em vez do modelo tradicional de soltar tudo de uma vez, a plataforma dividiu a temporada final em três momentos-chave: Thanksgiving, Natal e Ano-Novo. O objetivo foi claro: manter a série no centro da conversa por semanas seguidas, atravessando o período de maior consumo de entretenimento do ano.

É uma virada de chave no próprio modelo da Netflix. Menos maratona solitária, mais sensação de evento coletivo.

O último capítulo, com mais de duas horas de duração, ganhou exibições em cerca de 500 salas de cinema nos Estados Unidos e no Canadá entre 31 de dezembro e 1º de janeiro. A ideia foi simples e ambiciosa ao mesmo tempo: tratar o encerramento como um blockbuster de fim de ano, não como “mais um episódio” no catálogo.

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“Stranger Things” conquistou fãs ao redor do mundo com sua trama envolvente e personagens cativantes. Foto: divulgação/Netflix.

Ao mesmo tempo, ações presenciais em cidades como Las Vegas, Buenos Aires, São Paulo e Paris ajudaram a transformar a despedida da série em um ritual global. Não era só assistir. Era participar.

Encerrar Stranger Things no Ano-Novo não é só simbólico. É marketing puro. A série passa a representar fechamento de ciclo, nostalgia, virada de fase. Tudo o que combina com o clima de réveillon.

Ao transformar o final em um evento global, a Netflix reforça a ideia de que Stranger Things não é apenas uma série de sucesso, mas um fenômeno geracional. Algo que marcou uma era do streaming e que merece uma despedida à altura.

Não é sobre audiência apenas. É sobre memória afetiva, pertencimento e conversa coletiva.

Em outras palavras, a Netflix não lançou o último episódio. Ela sequestrou o calendário de fim de ano e fez dele um palco.

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