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Kátia Flávia
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Pedro Scooby explode, acusa racismo e diz que juízes escolhem quem passa no surfe

Em desabafo inflamado, surfista compara ondas, questiona notas do CS e afirma que Weslley Dantas foi prejudicado por ser preto, brasileiro e sem patrocínio.

Kátia Flávia

17/12/2025 8h30

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Pedro Scooby foi acionado judicialmente pela WSL por conta de suas acusações de racismo e questionamento de notas do Challenger Series. Foto: reprodução/Instagram.

Manas, vocês não têm noção da rabetada que o Pedro Scooby vai mandar no mundo do surf, drop atrasado zero, notão de coragem, batendo de frente no outside e jogando esse debate direto no pico. Pedro Scooby não falou baixo, não pediu licença e não mediu palavra. Foi direto ao ponto e com revolta explícita. Segundo ele, a mãozinha dos juízes não acontece só no topo do surfe mundial, não. Acontece também na segunda divisão. E acontece escolhendo, sem pudor, quem deve passar de bateria.

Scooby afirmou que vai filmar e provar. Comparou duas ondas com a mesma nota. Uma surfada por Jorge Pitá, gringo. Outra por Weslley Dantas, brasileiro. Para ele, qualquer pessoa minimamente conhecedora de surfe percebe o absurdo. As ondas não eram equivalentes. O julgamento foi.

Na análise feita por Scooby, a onda do gringo teve uma rasgada ok, uma batida comum e acabou. Nada além. Já a de Weslley foi descrita como um combo técnico pesado. Rabetada forte, cutbacks grandes, sequência limpa, fluidez, controle total da prancha. Manobras executadas sem erro, sem desequilíbrio, sem sobra.

Mesmo assim, mesma nota. E aí Scooby apertou o dedo na ferida. Disse, em alto e bom som. Claro que tem racismo. Disse que Weslley é preto, brasileiro, sem patrocínio e que isso pesa. Pesou. Segundo ele, negar isso é fechar os olhos para um problema estrutural dentro do esporte.

O desabafo seguiu ainda mais ácido quando Scooby destacou outra onda de Weslley, que, para ele, teve a melhor manobra da bateria. Nota cinco. Enquanto ondas inferiores de outros atletas receberam notas mais altas. Para Scooby, não há explicação técnica possível. É sacanagem. Palavra dele.

O tom não foi de comentarista distante. Foi de alguém que conhece o circuito, que já viveu isso por dentro e que não engole mais discurso pronto de meritocracia quando o cronômetro zera e a régua muda conforme o nome, a bandeira e a cor da pele.

Euzinha estou atenta e zero ingenuidade. Quando atleta precisa filmar onda para provar o óbvio, o problema não está na espuma. Está na cabine. Essa história não é só sobre nota. É sobre quem pode errar, quem pode ganhar e quem precisa ser perfeito para ainda assim perder. E isso, meu amor, não é coincidência. É sistema.

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