Minha diva, segura o spray fixador porque o babado é estatístico, político e altamente pentelhante para quem ainda vive na ilusão da igualdade automática. Uma pesquisa do Instituto de Referência Negra Peregum, com Fundação Tide Setubal, OLB e GEMAA/UERJ, mostrou que diversidade no Congresso não é hashtag. É entrega, voto, discurso, emenda, parecer, suor e resultado concreto.
O Ranking Igualdade Racial 2025 revelou que parlamentares negros, mulheres e, especialmente, mulheres negras, estão devastando qualquer ideia de atuação morna. No primeiro mandato ou já calejadas na arena, elas aparecem como as mais engajadas na promoção da igualdade racial. Hoje, às 19h, o Prêmio Peregum de Combate ao Racismo vai reconhecer justamente quem está carregando o Parlamento nas costas quando o assunto é justiça racial.
“Este estudo comprova que ampliar a diversidade no Parlamento não é só um gesto democrático. É um motor que melhora a qualidade legislativa e fortalece as políticas públicas”, afirma Douglas Belchior, diretor de Articulação Política do Instituto Peregum, em tom de quem sabe exatamente a força de um dado bem usado.
E quem são as estrelas do pódio? Prepare o flash:
1. Erika Kokay (PT-DF)
2. Daiana Santos (PCdoB-RS)
3. Talíria Petrone (PSOL-RJ)

Sim, todas mulheres. Sim, todas arrasando. Sim, todas provando que representatividade não é conceito, é prática. Elas puxam votações, inflam discursos, apresentam pareceres densos e empurram a agenda racial pra frente com a energia de quem entende que o Brasil não muda sozinho.
O ranking ainda destaca Benedita da Silva, Tabata Amaral, Carol Dartora, Boulos, Dandara e Pedro Uczai. Um elenco que qualquer Congresso sério deveria aplaudir de pé.
Se alguém pensa em contestar, já pode sentar. O estudo analisou 37.089 atividades legislativas. Isso inclui tudo: discursos, emendas, substitutivos, pareceres e votações. Só entrou no ranking quem trabalhou de verdade na atual legislatura. Resultado? 571 deputados ficaram de fora porque não movimentaram a pauta racial o suficiente. Pois é. Tem gente que passa o mandato inteiro na sombra.
“Inúmeras trajetórias de mulheres negras estão impactando diretamente a produção legislativa”, explica Ingrid Sampaio, coordenadora de Advocacy do Peregum. Traduzindo: elas estão entregando o que muitos fingem que não sabem fazer.
O estudo também avaliou atuação em subtemas essenciais para corrigir desigualdades: ações afirmativas, combate ao racismo, educação, segurança pública, saúde, cultura, meio ambiente, proteção à mulher, emprego e renda. O cardápio inteiro das urgências nacionais.

Porque o Parlamento com mais vozes historicamente silenciadas não só fica mais bonito. Ele fica mais inteligente, mais ativo, mais afiado. As parlamentares bem avaliadas demonstram um padrão mais alto de engajamento e intervenção, elevando a barra do debate e da produção de políticas.
Mas o estudo também joga luz no incômodo: a Câmara ainda opera com um engajamento médio baixíssimo no tema racial. Quem entrega, entrega muito. Quem não entrega, simplesmente não aparece.
Os resultados completos serão apresentados hoje no evento de lançamento do primeiro Prêmio Peregum 2025, exaltando quem fez a diferença na luta pela igualdade racial.