Amores , Otávio Mesquita resolveu falar quando o ano já estava se despedindo. E falou longo, com emoção, memória afetiva e aquele tom de quem precisava tirar um peso do peito. Segundo ele, desde março convivia com um assunto que descreve como o mais desagradável de sua vida recente, uma acusação feita por Juliana Oliveira, então ligada à equipe do programa de Danilo Gentili, relacionada a uma brincadeira ocorrida há quase uma década.
No pronunciamento, Mesquita faz questão de contextualizar o tempo e o ambiente. Diz que se tratava de outro momento da televisão, de um humor que, à época, era tratado como combinado e aceito nos bastidores. Insiste que não houve maldade, nem intenção de assédio, e classifica como absurda a interpretação de um crime em plena gravação de um programa.
Eu , passada e atenta, percebi o cuidado cirúrgico das palavras. Ele se define como irreverente, brincalhão, do bem. Repete. Reforça. Martela. Não por vaidade, mas por estratégia. Quando a imagem arranha, o discurso vira escudo.
Otávio afirma que o impacto foi pesado. Diz que acusações desse tipo deixam marcas, mesmo antes de qualquer decisão judicial. Lembra que nunca respondeu a processos ao longo de 40 anos de televisão e que, aos 66 anos, jamais imaginou passar por algo assim. O tom ali já não é só defesa, é desfecho emocional.
O alívio vem quando ele fala do arquivamento do inquérito. Segundo Mesquita, a Justiça não viu elementos que sustentassem a acusação e, para ele, isso foi decisivo para encerrar o assunto. A palavra “alívio” aparece mais de uma vez, quase como um mantra depois de meses de tensão silenciosa.
Há também agradecimentos, muitos. À família, aos amigos, aos colegas de televisão, aos que ligaram, mandaram mensagem e confiaram. Ele diz que quem o conhece sabe que seria incapaz de um ato vil ou violento e que o apoio foi fundamental para atravessar o período.
No fim, Otávio Mesquita tenta virar a página. Diz que o assunto está encerrado, que a Justiça funcionou e que agora é bola pra frente. Euzinha só observo, emocionada como manda o figurino, porque quando um veterano da TV fala em reputação, justiça e tempo, não é só um caso pessoal. É um retrato de como o passado e o presente colidem diante das câmeras. E isso, goste-se ou não, sempre rende conversa.
