Exibida originalmente em 1990, Mico Preto passa a integrar o catálogo do Globoplay a partir desta segunda-feira, dia 22, como parte do Projeto Resgate, iniciativa que vem recuperando produções antigas da teledramaturgia brasileira. A novela é a última a ser disponibilizada pelo projeto em 2025, encerrando o ano com uma obra que sempre despertou curiosidade e controvérsia.
Escrita por Euclydes Marinho, Marcílio Moraes e Leonor Bassères, Mico Preto foi exibida na faixa das sete da noite e apostou em uma linguagem pouco convencional para o horário. A trama misturava comédia, sátira social e humor nonsense, fugindo do padrão mais popular que o público estava acostumado a ver naquele período.

A história começa com o desaparecimento da empresária Áurea Menezes Garcia, dona de um império econômico. Antes de sumir, ela deixa como seu procurador Firmino, um funcionário público honesto e completamente deslocado daquele universo de poder. A partir daí, ele passa a enfrentar herdeiros interesseiros, personagens excêntricos e uma sucessão de conflitos que escancaram a ganância e a hipocrisia de quem cercava Áurea.
No elenco, a novela reuniu nomes de peso como Luis Gustavo, José Wilker, Miguel Falabella, Eva Wilma, Louise Cardoso, Tato Gabus Mendes, Yara Côrtes e Glória Pires, que viveu uma personagem de comportamento livre e ambíguo, em sintonia com o tom provocador da obra. Mico Preto também ficou marcada por curiosidades, como a primeira aparição de Deborah Secco na televisão, ainda criança.

Apesar do elenco estrelado e da proposta ousada, Mico Preto não foi um sucesso de audiência na época de sua exibição. A novela enfrentou rejeição de parte do público e críticas por seu texto fragmentado e pelo humor considerado estranho para o horário. Nos bastidores, o clima também foi turbulento, com relatos posteriores de conflitos criativos e dificuldades durante a produção.