Amores , a internet pode até fingir que esquece, mas a Justiça não tem memória curta. O deputado federal Nikolas Ferreira foi condenado pela Justiça de Minas Gerais a pagar cerca de R$ 30 mil por publicações consideradas racistas e transfóbicas contra a psicóloga trans Andreone Medrado. O dinheiro já foi depositado. Nada de parcelinha emocional. Pagamento à vista.
O episódio aconteceu em outubro de 2023, quando Nikolas publicou a foto de Andreone acompanhada de uma frase que misturava preconceito, provocação barata e aquele tom que rende curtida rápida, mas costuma gerar processo lento. Desta vez, nem tão lento assim.
A decisão judicial determinou a indenização e também a remoção ou edição do vídeo com os ataques. Segundo os autos, o conteúdo foi excluído e o valor depositado no dia 11 de dezembro. Tradução Kátia Flávia, falou demais, apagou depois e pagou no final.
A defesa do deputado tentou vender a ideia de que a postagem tinha caráter político e estaria protegida pela imunidade parlamentar. A Justiça fez cara de poucos amigos e respondeu com um carimbo. Discurso de ódio não vira opinião só porque vem com mandato.

Andreone afirmou que o caso vai além de uma ofensa individual. Para ela, o problema é quando uma autoridade pública usa o ódio como ferramenta para reforçar quem pode existir e quem deve ser silenciado. Quando o ataque vem de cima, o estrago desce em cascata.
As advogadas Mariana Serrano e Izabelle Vicente sustentaram que o deputado usou sensacionalismo para incitar ataques à militância LGBTQIA+, com ênfase na transfobia. O Judiciário concordou e encerrou o assunto do jeito mais pedagógico possível, com decisão, valor e recibo.
Moral da história. Rede social não é terra sem lei, mandato não é salvo-conduto e preconceito, quando encontra juiz, sai caro.