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Kátia Flávia
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Neurocirurgião Dr. Jamil Farhat Neto explica cirurgia feita por Paulo Soares, o “Amigão” da ESPN, que morreu aos 63 anos

Neurocirurgião explica a descompressão lombar, uma das cirurgias realizadas por Paulo Soares, que faleceu no dia 29 de setembro, devido a falência de múltiplos órgãos

Kátia Flávia

10/10/2025 17h05

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Paulo Soares fez uma cirurgia de descompressão lombar. Dr. Jamil Farhat Neto explica como funciona. (Fotos: divulgação)

O jornalista e narrador esportivo Paulo Soares, conhecido como ‘Amigão da Galera’ na ESPN, que morreu no mês passado, ficou internado por cinco meses no Hospital Sírio-Libanês. Ele tratava de complicações relacionadas a problemas na coluna. Nos últimos anos, Soares passou por diversas cirurgias na coluna vertebral, entre elas a descompressão lombar.

Segundo o neurocirurgião Jamil Farhat Neto, a cirurgia de descompressão da coluna lombar é feita para liberar nervos comprimidos, responsáveis por fortes dores e limitações. O especialista comenta que a compressão ocorre quando estruturas da coluna pressionam os nervos, causando dor lombar persistente, queimação ou choques irradiados para a perna (sintomas comuns da famosa dor ciática), além de formigamento e fraqueza muscular.

De acordo com Farhat, o procedimento utiliza técnicas minimamente invasivas, que dispensam grandes cortes. Por meio de pequenas incisões, os médicos acessam a coluna com câmeras e instrumentos de precisão, retirando fragmentos de osso ou partes de discos que comprimem os nervos, sem comprometer a musculatura ao redor.

O tempo de cirurgia varia entre 60 e 90 minutos nos casos mais simples, podendo chegar a cerca de três horas em situações mais complexas. Conforme o médico, a recuperação costuma ser rápida, visto que muitos pacientes conseguem se levantar poucas horas após a operação e têm alta no mesmo dia ou no seguinte.

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Neurocirurgião Jamil Farhat Neto. (Foto: Divulgação).

Indicação cirúrgica
O neurocirurgião reforça que a cirurgia não é indicada para todos os casos. Ele lembra que devem ser tentados tratamentos convencionais, como fisioterapia e medicamentos. No entanto, o procedimento torna-se a melhor opção quando a dor é persistente, quando há perda de força nas pernas ou a qualidade de vida está gravemente comprometida. “Embora o objetivo principal seja aliviar a dor incapacitante que irradia para os membros inferiores, pode haver algum desconforto residual. Ainda assim, o resultado costuma ser transformador, devolvendo mobilidade e qualidade de vida ao paciente”, ressalta.

Estilo de vida
Farhat alerta que a cirurgia não previne o envelhecimento natural da coluna nem garante que novos problemas não surjam no futuro. Existe a possibilidade de recorrência, com formação de novas hérnias ou incômodos relacionados ao processo de cicatrização. Para prolongar os resultados, o neurocirurgião recomenda mudanças no estilo de vida, como manter peso adequado, fortalecer a musculatura, praticar atividades físicas regulares, corrigir a postura e abandonar o tabagismo. “A cirurgia abre a porta para uma vida sem dor, mas cabe ao paciente atravessá-la e mantê-la aberta”, finaliza.

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