Enquanto Zezé Di Camargo trocava farpas públicas com o SBT, com direito a reação política e debate nacional, Luciano Camargo fez o movimento mais raro do showbiz: ficou quieto. Quieto, sereno e absolutamente convicto.
Em conversa com a já lendária Veja, na coluna GENTE, assinada pelo meu “best” Valmir Moratelli, Luciano explicou, sem espuma e sem veneno, por que separou sua trajetória artística da do irmão. E fez isso usando uma palavra que, hoje em dia, quase ninguém respeita: missão.
Luciano não fala em rompimento, mágoa ou briga. Fala em escolha. Diz que cantar com o irmão sempre foi um dom, mas que agora seu compromisso é outro. Gospel, fé, conversão e um projeto que não se mede por ranking, algoritmo ou trending topic.

Enquanto Zezé lida com críticas, contratos, plateias e embates públicos, Luciano avisa que prefere distância da polêmica. Literalmente. Questionado sobre onde estava no meio do furacão da última semana, respondeu com elegância cirúrgica: prefere manter o silêncio, com carinho e respeito.
Nada de atacar. Nada de defender. Nada de surfar no caos.
Ele também faz questão de separar as coisas. Não demoniza o sertanejo, não renega o passado, não cancela a dupla. Mas deixa claro que hoje seu foco não é carreira, é propósito. Não é mercado, é altar. Não é número de shows, é tempo para servir.

E aí vem o detalhe que eu amo. Luciano revela que Zezé faz mais de 120 shows por ano, enquanto a dupla limita-se a cerca de 76. Um acordo consciente, aceito pelo escritório e entendido pelo irmão. Porque, segundo ele, para servir a Deus é preciso tempo. E tempo não se negocia.
Resumo da ópera, com direito a aplauso contido:
Zezé está no embate.
Luciano está na missão.
Um fala alto.
O outro escolhe o silêncio.
E, goste-se ou não, isso também é posicionamento.