Guilherme Arantes deu o que falar em suas redes sociais e usou o seu Facebook para desabafar sobre a forma de fazer televisão hoje em dia. O compositor e artista brasileiro disse que hoje as entrevista são pautadas em causar e as perguntas sempre vêm com um ar de toxicidade.
“Me perguntam porque evito fazer televisão. É que tenho percebido que minha imagem pode trazer danos à audiência. E que a “audiência” da TV pode trazer danos para mim. Explico. Sei que a TV foi maravilhosa para nossas gerações, especialmente a minha. Tenho total reconhecimento. Amo a TV. Amei existir e fazer parte dela. Mas era outra TV. Outro jeito de se fazer. A gente cantava, e pronto. Não tinham os componentes e as fórmulas que vingaram nos tempos atuais. Ficou bem complicado agora, com interatividade e o voyeurismo invasivo, científico, dos talk shows… E sei que os programas das TVs vivem na corda-bamba, lutando desesperadamente por audiência. Muito da TV, hoje, se constrói em função do que vem e do que causa nas Redes Sociais. E isso é Orwelliano, diabólico”, disse.
Ele ainda completou: “Só que eu, Guilherme Arantes, insisto em não morrer (seria o ideal), e estou nascendo hoje para o futuro e insisto em dizer pra mim mesmo: eu existo. Dane-se o incômodo que causar. Anos atrás, fui fazer o Fausto Silva e a Anne Lottermann me perguntou se eu sentia saudades da cabeleira , da minha juventude. Sei que foi uma pergunta inocente e burrinha, coitadinha, , porque eu lhe respondi na lata. Fiquei surpreso com a pergunta “na lata”. As pessoas na TV têm que ser lindas. Isso é inquestionável. Respondi que eu não sinto saudades porque o meu conteúdo cerebral de hoje, o meu carisma até para responder… não dá para comparar com o conteúdo “ralinho”, o carisma fraquinho que eu tinha no tempo dos cabelões, que aliás, hoje data de mais de 40 anos, a provável idade dela. Não quero mais televisão porque quando é para ser entrevistado, a pergunta já vem pautada para “causar” , e as falas na TV são sempre tóxicas, trazem aborrecimentos e perdas pessoais. Tenho visto colegas entrarem nessa roubada de ” debates” , de temas, de “pautas”, cujo único propósito é colocar o artista frente a frente com o paredão de fuzilamento da polarização, até aí, vai quem quer. Aí, quando é para cantar, aí as produções querem os “hits” mais comportadinhos e digestivos, que garantam a audiência através dos “grandes sucessos” , que não tragam questionamento novo alguém”, finalizou.