A noite paulistana está de luto, mas daquele luto cheio de histórias sussurradas no pé do ouvido. Morreu nesta quarta-feira, aos 74 anos, Oscar Maroni, o homem que transformou a boemia em espetáculo, o escândalo em marca registrada e a noite de São Paulo em território sem freio.
A morte foi confirmada pela assessoria. A causa não foi divulgada. Maroni enfrentava o Alzheimer e vivia em uma casa de repouso na capital. O velório será restrito, quase irônico para alguém que passou a vida cercado de holofotes, burburinhos e manchetes.
Em nota, a família afirmou que ele viveu intensamente e foi fiel às próprias convicções. Tradução livre: Oscar nunca pediu licença para existir. Nunca fez questão de agradar. E definitivamente nunca passou despercebido.
Dono do famoso e polêmico, Bahamas Club, Maroni virou personagem fixo da noite paulistana. Amado por uns, detestado por outros, citado em rodas de bar, colunas sociais e debates morais. Um empresário que construiu um império em torno do prazer, da provocação e da transgressão, quando a cidade ainda fingia ser comportada.
Oscar foi o tipo de figura que dividia opiniões, causava arrepios em uns e nostalgia em outros. Representou uma São Paulo que hoje já não existe mais, menos engomada, mais ousada, mais crua. Uma cidade que ele ajudou a moldar, gostem ou não.
Deixa quatro filhos: Aritana, Aratã, Acauã e Aruã. Nos últimos anos, a família entrou com pedido de curatela para administrar seus bens, diante do avanço da doença que o afastou da cena que ele mesmo criou.
A noite perde um de seus personagens mais controversos. E São Paulo, querendo ou não, se despede de um homem que jamais passou em branco. Oscar Maroni saiu de cena como viveu: cercado de histórias, polêmicas e um silêncio que, desta vez, ninguém consegue ignorar.